terça-feira, 10 de março de 2009

Bananas

Estou desesperado para adquirir um Sony Reader. É um produto que seria perfeito para minhas necessidades. Mas aqui no Bananão não há uma só loja que venda o produto. E a importação parece ser bem difícil. Só tinha conhecimento de uma livraria inglesa que despachava para cá.

Então fiquei sabendo que a BH Photo aceita pedidos do produto e os entrega aqui no Bananão. O preço em dólar é excelente, mas sei que o nosso governo de país de banana irá cobrar um imposto extorsivo de 60% sobre o que exceder 50 dólares. Tudo bem. Eu preciso desse produto.

E aí fico estarrecido. O preço para entrega no Bananão é de 127 dólares e o prazo para entrega é de aproximadamente 45 dias ! O "aproximadamente" está em negrito porque a entrega pode chegar a 60 ou 70 dias. Não há como saber.

Então, por curiosidade, fui pesquisar o frete para outros países de banana como o nosso. Descubro que para Uganda o frete custa 82 dólares pela UPS e o prazo de entrega é de 3 a 5 dias úteis. Para o Zaire, 86 dólares e mesmo prazo de entrega. Para o Camboja, do outro lado do mundo, há 4 opções, sendo a mais barata por 54 dólares e entrega em 10 dias úteis. Mas você pode escolher uma entrega de 59 dólares e esperar de 5 a 7 dias, ou 82 dólares por uma espera de 3 a 5 dias úteis. E por aí vai... Você escolhe o país de banana de sua preferência e compara com a nossa situação aqui.

Então vem a explicação. Os Correios têm o monopólio de entregas em nosso país. Sabe aquele papo de petista criticando privatizações ? É, você acreditou e está jogando o nosso país no atraso, feliz com a popularidade do seu presidente. Enquanto isso, Botswana paga metade do valor de entrega e recebe seu produto 15 vezes mais rápido que aqui. E ele não vem com a embalagem arrebentada e no endereço errado. Ah, e quando vem, né ? Porque existem aquelas greves que param o país...

País de bananas !

OBS: A situação é pior para países como Cuba e Irã, que sofrem embargo. Para o Iraque é baratinho e rápido, então imaginamos que para o Irã também seria assim, se fosse possível. Na Venezuela, Chavez ainda não descobriu que o setor é privado. A entrega ainda é eficiente. Quando as forças de entrega bolivarianas assumirem a operação deveremos ter performances semelhantes às nossas.

Um comentário:

Marcela Castro disse...

Adorei o post!!!
Mais uma vez concordo plenamente com vc em tudo que disse...