Luís Fernando Veríssimo

Cheguei a pensar em dar o título a este post de "A Morte de Luís Fernando Veríssimo". Esse é o sentimento que tenho por este autor nos últimos anos. Mas é claro que haveria confusão.

Devo ao cronista grande parte da minha formação. Li praticamente tudo o que ele escreveu até os primeiros dias do governo Lula. E aí aconteceu a passagem desta para melhor do autor. Aquele senso crítico que eu admirava desapareceu por completo. O contista do cotidiano continuava divertido, mas as crônicas começaram uma defesa sem sentido dos absurdos cometidos pelo presidente. Seu texto incorporou uma certa angústia e o escritor passou a ironizar aqueles que percebiam o que acontecia no país, ao contrário dele, cego na defesa de Lula.

Após a "morte" do meu ex-favorito escritor, tive alguns momentos de psicografia. É quando encontro uma ou outra crônica bem escrita, repleta do mais fino humor, crítica aos assuntos alheios a esfera petista. Mas são poucos. O negócio é ler o que ele escreveu no passado e ignorar seus panfletos recentes. Apreciar "O Banquete Com os Deuses", rir com o Analista de Bagé e as Comédias da Vida Privada e correr de "O Mundo É Bárbaro".

Mas de vem em quando ele acerta. Como nos velhos tempos.

Parar de ler ?!??

Comecei a preparar minha mudança para o apartamento novo. Uma das coisas que preciso fazer é selecionar livros, revistas e LPs para doação. E estou tendo uma dificuldade enorme em selecionar uma dezena em milhares de ítens.

Talvez isso seja fácil para outras pessoas. Mas não é pra mim. Sempre tive dificuldades em até mesmo escolher o que ler. Queria ler tudo e começava vários livros ao mesmo tempo. No passado, tive enormes problemas de ansiedade na leitura e na compra de livros. Só recentemente aprendi a lidar melhor com essas coisas. Não morremos ao perder um artigo do Ubaldo no Estadão de domingo. Antes, eu acreditava que morreríamos, sim...

Precisei comprar livros (!?!) sobre a ansiedade de informação e que não adiantaram muito. Agora parece que encontrei a fórmula: a informação irá me procurar em alguma atividade do meu cotidiano. Não preciso procurar muito. E tem funcionado. É como a novela das oito: se você perde capítulos, não irá fazer muita diferença. A emissora, o diretor e o roteirista irão repetir as informações inúmeras vezes para que você volte a acompanhar a campeã de audiência. Os desvarios de Lula estarão estampados em diversas colunas que você ler quando tiver tempo.

Se mesmo assim, você não conseguir parar de procurar informação, sugiro o uso de feeds RSS. Cadastre poucos sites importantes no seu Google Reader. E não fique nervoso quando perder alguma informação. Ela aparecerá em outros lugares em breve, se for relevante.

Mas doar livro é diferente. Não há método que ajude a se livrar de alguns deles. Alguém tem sugestão?

O Twitter acabou com o blog?

Pode ter acabado com outros blogs. Este aqui está sendo vítima do trabalho excessivo. Não está sobrando tempo para escrever. Isto me entristece um pouco, mas há o momento certo para cada coisa na vida.

Mas é um fato: muita gente que escrevia coisas interessantes em seus blogs tem usado o Twitter demais. Perdemos grandes textos por bobagens escritas no Twitter. Isto não deveria estar acontecendo...

Compartilhamento

Meu novo emprego não é mole. Com isso, as postagens aqui diminuíram sensivelmente.

Mas o Blogger/Blogspot mudou e agora é possível compartilhar os textos na rede social que você achar mais interessante. Os ícones abaixo do post permitem isso.

Eleições 2010

Esse deve ser o único post sobre as eleições deste ano. Não vou perder tempo com este assunto.

A razão disso? As instituições brasileiras falharam gravemente na fiscalização do processo eleitoral. Lula faz campanha descarada há mais de 2 anos, infringindo todas as regras possíveis. Às vezes, aparece uma multa de 5 mil reais, quantia irrisória perto dos gastos absurdos para eleição de Dilma Rousseff. Não há mais chance para os outros candidatos. Acabou.

A única coisa boa é que poderemos festejar o vexame de Dilma na Copa de 2014, quando a infraestrutura do país não atenderá o evento, mesmo depois de forçarem gastos emergenciais sem aprovação das instituições responsáveis.

O povo brasileiro é muito ignorante. Se fossem problemas apenas com os menos letrados, tudo bem. Mas a ignorância já invadiu a classe média brasileira. É o fim da picada.

O livro tradicional e o digital

A discussão sobre os livros digitais beira o ridículo. São milhares de opiniões de pessoas que não testaram os e-readers do mercado e ainda assim o criticam.

A coisa é muito simples: o livro de papel é mais agradável. Ótimo. Agora eu quero ver você levar 500 livros numa viagem. Ou ler aquele material que a empresa lhe passou para estudo. Ou gastar 70 reais num livro impresso que está dando sopa ali naquele site de downloads gratuitos.

Tenho inúmeros livros nos 2 formatos, papel e digital. E já deixei de ler livro no papel porque o volume pesava muito, ao contrário do meu Sony Reader. Já fui atrás do papel porque a formatação digital não estava boa. Já abri o digital para achar uma palavra-chave, o que seria impossível no livro tradicional... E mudei do Sony Reader para o livro de papel porque tinha anoitecido e a luminosidade não estava boa.

Então é o seguinte: os dois formatos estão aí, disponíveis. Use-os a sua maneira. Mas não venham dizer que um é melhor que o outro. Em cada situação, há o mais vantajoso.

Hora de mudar o regulamento

Chegou o dia de mudar o regulamento de Wimbledon. John Isner e Mahut jogam há 10 horas e não parece haver fim possível. Estão empatados em 59 a 59 no número de games do quinto set. Os dados não conseguem mais ser contabilizados pelo placar exibido no site de Wimbledon.

Isso ia acontecer algum dia. Com tenistas especializados cada vez mais em saque, fica difícil abrir 2 games de diferença. Na partida de hoje, só aconteceu uma quebra de saque para cada lado. O tie-break deve ser estendido ao quinto set em Wimbledon nas próximas temporadas. Ou não, né ? Os ingleses são muito conservadores.

Quando o jogo acabar, atualizo este post.

ATUALIZAÇÃO: Após 11 horas e 5 minutos, o jogo acabou, com vitória de John Isner por 3 x 2. O placar final do quinto set foi 70 x 68.

Muito trabalho, pouco futebol e blog parado

O blog continua parado. Meu novo trabalho está exigindo um razoável esforço para entender algumas coisas que mudaram em Java EE nos últimos anos. Enquanto me atualizo, não sobra muito tempo para escrever aqui.

A boa notícia é que entendi que futebol é perda de tempo. Não adianta o seu time ter os melhores jogadores do mundo. Ele pode perder se o juiz quiser, e não importa por quantos ângulos o mundo tome conhecimento dos erros do árbitro. Ele faz o que quiser. Pode até ser punido, mas seu time não recupera mais aqueles pontos. E para mim, isso basta para não acompanhar mais futebol. Tenho livros e filmes para aproveitar nestes 180 minutos de tempo semanal que economizarei na minha vida. E aí posso escrever alguma coisa aqui também.

Com pena do próximo(a)

As chances de vitória da Dilma me assustam. Mesmo dando gafes diárias e fazendo discursos sem sentido, ela ainda pode conseguir a eleição graças ao populismo de Lula e a burrice extrema do povo brasileiro.

Mas algumas coisas poderão ser divertidas nesta possível tragédia. A ex-guerrilheira assumiria um país muito difícil de governar, já que Lula está gastando tudo o que é possível para garantir a eleição. E vexames são esperados para a Copa de 2014. Neste aspecto, tenho pena do próximo presidente.

Tudo Pode Acontecer

Alguns "críticos" (as aspas são necessárias) se apressaram e escreveram que o novo filme de Woody Allen ("Tudo Pode Acontecer") é um filme menor do diretor, que está se repetindo, e blá blá blá. O problema é que os grandes críticos fizeram a lição de casa e agora começam a surgir grandes textos elogiando o filme. Pior: o roteiro do filme foi escrito antes de "Annie Hall", na fase considerada a mais genial de Allen. O ator "desconhecido" deixou de sê-lo, pois agora os "críticos" descobriram que ele era roteirista e produtor de Seinfeld, e que tinha sua própria série de TV. E assim vai...

Sorte de quem gosta de Woody Allen e não perde nenhum de seus filmes "menores". Estes puderam perceber a genialidade do diretor nos primeiros minutos de "Tudo Pode Acontecer". Com o tempo, todos os filmes "menores" passam a ser considerados geniais...

Luiz Carlos Mendonça de Barros

Luiz Carlos Mendonça de Barros era o Pelé do governo FHC. Tinha a correta visão de desenvolvimento que nosso país necessitava e apoio total do governo para implementá-la no país. Mas foi grampeado durante 6 meses a pedido de petistas no Judiciário e conseguiram captar uma única conversa dúbia, onde o ex-ministro parecia estar fazedo algo pouco ético. Na verdade, ele trabalhava para aumentar o número de empresas que participariam da privatização do sistema Telebrás. De qualquer modo, naquela época um governo afastava membros que pudessem ter problemas éticos a resolver, coisa que inexiste no governo atual.

Bem, após 14 anos de imagem prejudicada, Luiz Carlos Mendonça de Barros foi absolvido em última instância. Como já havia sido nas anteriores, antes do Ministério Público Federal recorrer.

Não poder contar com pessoas de valor como esta é uma das razões do Brasil ainda ser o que é...

Despreparo no Itamaraty

Os imbecis se espalham por todo o governo. Onde deveríamos ter técnicos, temos sindicalistas. E isso se aplica inclusive à presidência da República.

Mas é realmente assustador o gigantesco despreparo de nossos diplomatas no Itamaraty. Nessa polêmica sobre o Irã, não ouvi ninguém analisando tecnicamente o enriquecimento de urânio dos iranianos. Pelo menos uma leve pesquisa deveria ser feita para evitar as besteiras ditas nos discursos. Assim, ficaria bastante claro que o Irã realmente quer a bomba atômica. Uma usina nuclear usa urânio enriquecido a 5% para gerar energia elétrica. O terrorista Ahmadinejad resolveu enriquecer seu urânio a 20%, valor utilizado hoje nos submarinos nucleares. O pulo de 20% para os 80% necessários na produção da bomba é facilmente obtido. E como Ahmadinejad já declarou (várias vezes) que quer varrer Israel do mapa, em breve Lula, Celso Amorim e Top Top Garcia conseguirão o Armaggedon. Ou alguém acha que Israel não vai fazer o contra-ataque ?

Sem cultura essa semana

Novidades ? Não. Nenhuma.

Só estudando frameworks para JEE. Nada agradável pra vocês aqui, gente. Mas vai sobrar um tempinho e aí coloco coisas legais.

Pequena pausa

Vocês já devem ter notado minha longa ausência (ou não). O fato é que minha vida está um pouco atribulada no momento. Estou procurando um novo rumo profissional e isso tem consumido meu tempo em estudos. O pouco tempo que tem sobrado está sendo bem usado em livros, filmes e discos. Não estou conseguindo postar aqui.

Vi o ótimo filme de Scorsese ("A Ilha do Medo") e o excelente "500 Dias Com Ela", li muita coisa do Dawkins e alguns outros livros que merecem posts detalhados. Ouvi discos sensacionais. Quero postar bastante coisa neste ano, mas por enquanto a prioridade é me acertar profissionalmente.

Assim que conseguir, incluirei mais coisas aqui.

A Licença de Lula

Algumas pessoas acham que Dilma ainda não ganhou as eleições deste ano. Não é o meu caso. Para mim, Dilma está eleita no primeiro turno.

E por que acho isso ? Lula irá sair de licença em agosto e só irá retornar ao posto de presidente após as eleições. Isso mesmo... Para evitar problemas com o TSE, Lula não será presidente durante uns 2 meses. A ausência dele não faria muita diferença, né ? O problema é quem irá substituí-lo nestes meses. As possibilidades são aterrorizantes.

Mas imagine Lula livre e solto pra fazer seu showzinho no palanque com Dilma ao lado. Você pode contestar: ele já está fazendo isso. Mas de vez em quando ele aparece no Planalto, e isso tem atrapalhado a campanha. Com a licença, poderá se dedicar 100% à campanha da ministra.

Quer uma boa notícia ? Parece que Québec precisa de brasileiros. Parece uma boa saída...

Blog com medo

O blog anda meio parado, eu sei. O problema é o seguinte: a liberdade de expressão no país está sendo ameaçada lentamente. A maioria dos brasileiros não percebe isso, seja por ignorância, ingenuidade ou ambas. E eu estou preocupado, refletindo sobre o que fazer.

Enquanto isso, o blog vai receber poucas atualizações, geralmente associadas a assuntos mais leves do que aqueles que você também deveria estar preocupado.

O Ladrão que Achava Que Era Bogart

Outra dica de livro, essa voltada para quem gosta de romances policiais. É mais uma aventura de Bernie Rhodenbarr, personagem sensacional do escritor Lawrence Block. Bernie é dono de um sebo em Nova York durante o dia e ladrão profissional à noite. Neste livro divertidíssimo, há uma trama bastante interessante e ótimas referências aos filmes de Humphrey Bogart. Não por acaso, a história apresenta muitos dos elementos usados nos livros de Raymond Chandler e Dashiel Hammet, cujos detetives Sam Spade e Philip Marlowe foram imortalizados por Bogie no cinema.

Não só recomendo este livro como também os outros de Lawrence Block sobre o ladrão Rhodenbarr: "O Ladrão que Estudava Espinosa" e "O Ladrão que Pintava como Mondrian", traduzidos e lançados no Brasil. A coleção inclui outros títulos não lançados no Brasil, e o blogueiro espera suas traduções ansiosamente.

Avatar

A essa altura do campeonato, todos já devem ter visto Avatar. O roteiro tem sua beleza, apesar de certa ingenuidade e maniqueísmo. O filme deve dominar as premiações do Oscar.

O que mais me impressionou, no entanto, foi a tecnologia 3D utilizada. Se alguém não viu ainda, deve correr hoje mesmo a um cinema com sala 3D e verificar... A indústria cinematográfica aposta nesta nova tecnologia para revigorar o cinema.

A Descronização de Sam Magruder

Numa relação de melhores livros lidos em 2009, encontrei essa dica. Um pequeno livro de ficção científica, escrito por um dos maiores paleontólogos de todos os tempos, que relata uma viagem no tempo até à época dos dinossauros. George Gaylord Simpson escondeu o livro enquanto viveu, mas sua filha descobriu e fez um excelente trabalho: conseguiu que Arthur C. Clarke fizesse o prefácio e Stephen Jay Gould o posfácio. E incluiu no final um pequeno relato sobre toda a epopéia do livrinho. Todos estes elementos são complementares e o resultado é muito bom. A história é comovente e as discussões envolvidas muito pertinentes. Ótima leitura.

A morte de Salinger

Salinger morreu aos 91 anos. Só li "O Apanhador no Campo de Centeio" e achei excelente. Algumas pessoas ainda não entenderam o valor do livro. Em 1951, não existia aquele tipo de personagem. A revolta de Holden Caufield é considerada por muitos a semente da rebeldia que viria mais tarde com o rock'n'roll e as liberdades individuais dos anos 60. É nesse contexto que se deve analisar o livro.

Ou não analisar nada e curtir a divertida linguagem do livro.

Segunda volta

O blog já tinha parado na virada do ano. Houve uma outra paradinha para que o dono deste sítio descansasse um pouco em Cabo Frio, feliz com suas águas claras esverdeadas e areia branquinha. E um pouco triste com os farofeiros da Zona da Mata e os foliões barulhentos do Cabofolia.

Visite Cabo Frio, mas corra deste pessoal !

Aquecimento global, uma ova !

Durante a conferência do clima em Copenhague, cansei de ler artigos de cientistas que não tinham rabo preso com ONGs. E quem não depende do catastrofismo tem sérias dúvidas sobre o tal aquecimento global. Alguns cientistas dizem que o sol está entrando num período de baixa intensidade, e que isso sim é fator de mudanças no clima, mas no sentido contrário: o mundo irá esfriar. Outros cientistas reclamaram da manipulação dos dados estatísticos feita pelo IPCC, onde a queda na temperatura já poderia ser constatada. E mais alguns cientistas dizem que as emissões de gases causada pelos humanos é irrisória perto das emissões dos mares, algas, plancton e vulcões.

Seja lá como for, as nevascas do hemisfério norte são as mais intensas das últimas décadas. E eu passei um pouco de frio no Natal no Sul de Minas, o que nunca tinha acontecido.

De volta

Depois de merecidas férias, o blog está de volta. Em breve, alguma coisa aparecerá por aqui.