domingo, 12 de dezembro de 2010

Luís Fernando Veríssimo

Cheguei a pensar em dar o título a este post de "A Morte de Luís Fernando Veríssimo". Esse é o sentimento que tenho por este autor nos últimos anos. Mas é claro que haveria confusão.

Devo ao cronista grande parte da minha formação. Li praticamente tudo o que ele escreveu até os primeiros dias do governo Lula. E aí aconteceu a passagem desta para melhor do autor. Aquele senso crítico que eu admirava desapareceu por completo. O contista do cotidiano continuava divertido, mas as crônicas começaram uma defesa sem sentido dos absurdos cometidos pelo presidente. Seu texto incorporou uma certa angústia e o escritor passou a ironizar aqueles que percebiam o que acontecia no país, ao contrário dele, cego na defesa de Lula.

Após a "morte" do meu ex-favorito escritor, tive alguns momentos de psicografia. É quando encontro uma ou outra crônica bem escrita, repleta do mais fino humor, crítica aos assuntos alheios a esfera petista. Mas são poucos. O negócio é ler o que ele escreveu no passado e ignorar seus panfletos recentes. Apreciar "O Banquete Com os Deuses", rir com o Analista de Bagé e as Comédias da Vida Privada e correr de "O Mundo É Bárbaro".

Mas de vem em quando ele acerta. Como nos velhos tempos.

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