segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Contrário de Elite é Escória

Alguns artigos são tão bons, mas tão bons, que às vezes é melhor incluí-los na íntegra. O link é este, mas quero reproduzir integralmente o texto de Augusto Nunes, "Na Era da Mediocridade, o contrário de elite é escória".

Anunciada pelo triunfo eleitoral do presidente pronto para instituir a celebração da ignorância, a Era da Mediocridade começou pela captura do Poder Executivo. O Brasil nunca foi um viveiro de bons ministros de Estado. Mas nunca houve um primeiro escalão tão desoladoramente bisonho quanto o montado por Lula.

A segunda vítima foi o Legislativo. Desmoralizado em 2005 pelo escândalo do mensalão, o Congresso sucumbiu no último inverno à ofensiva feroz do baixo clero, que encontrou em cardeais de quinta como José Sarney e Renan Calheiros a sua mais perfeita tradução. O Brasil nunca teve motivos suficientes para orgulhar-se dos senadores e deputados que elege. Mas nunca elegeu numa única fornada tantos motivos para envergonhar-se.

A capitulação do Legislativo consumou-se no ano que poderá ser lembrado também pelo início da derrocada do Judiciário. Já em 2005, durante o reinado de Nelson Jobim no Supremo Tribunal Federal, multiplicaram-se evidências de que as togas do século 21 desconhecem a localização exata da fronteira que separa a Justiça da politicagem. Mas só na semana passada, com a infame decisão que não decidiu o Caso Battisti, os limites demarcados desde sempre foram escancaradamente violados por um ministro nomeado pelo ex-presidente Fernando Collor e quatro escolhidos por Lula.

O atual presidente não foi o primeiro a alojar no STF doutores amigos ou aliados circunstanciais. Mas nunca antes neste país um governante desconsiderou tão acintosamente os critérios impostos pela Constituição. Até agora, além de laços de amizade com quem nomeia, os nomeados também tinham amplos conhecimentos jurídicos e bons currículos. Por estarem preparados para julgar em última instância, podiam dispensar-se de pagar com decisões convenientes o favor da indicação. As coisas mudaram. Hoje, a Corte que reunia apenas grandes juristas abriga figuras que agridem o bom senso, a língua escrita e falada, o manual de etiqueta, o código de ética e os códigos legais com a mesma selvageria exibida pelos figurões do Executivo e do Legislativo.

Entre as perfídias produzidas pela Era da Mediocridade figura o banimento dos melhores e mais brilhantes. No mundo inteiro, concordam dicionários em todos os idiomas, elite é “o que há de melhor numa sociedade ou num grupo social”. Na novilingua companheira, elite passou a identificar o conglomerado de loiros de olhos azuis, reacionários golpistas, ultraconservadores de alta periculosidade, carrascos dos pobres. O antônimo da palavra maldita, claro, é povo.

A adulteração semântica tem sido reiteradamente desmentida pela vida real. A contemplação do bando que controla os três poderes reafirma que, no Brasil da Era da Mediocridade, o contrário de elite é escória.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A piada no sistema elétrico brasileiro

Outro dia postei no meu Twitter que a culpa do apagão deveria ser creditada aos inúmeros políticos e sindicalistas presentes no Estado aparelhado. Agora o Arnaldo Jabor comentou na CBN que o sistema elétrico brasileiro é dirigido por agrônomos, bancários e jornalistas. Sim, nosso ministro de Minas e Energia é um jornalista !

Hoje leio que o sistema era vulnerável a hackers e que as falhas só foram corrigidas neste final de semana. Sim, o filho nerd do seu vizinho poderia ter parado o Brasil inteiro. E no fim da semana passada, tivemos que ouvir esporros de Dilma Roussef. Ela tem razão. Os culpados devem ser os consumidores de energia elétrica, né ? Quem mandou querer tomar banho e assistir televisão ? Isso são coisas de burgueses malvados, egoístas e alienados.

Quando o Brasil passou por uma seca inédita e os níveis das usinas caíram a níveis recordes, o culpado foi FHC, que não fez os investimentos adequados em fontes de energia não hidrelétricos. E já estão tentando empurrar o pepino para ele de novo. Desta vez, no entanto, a incompetência é puramente técnica. Tudo no Brasil virou aparelhamento petista visando a eterna manutenção de poder. E tome sindicalistas sem formação assumindo cargos estratégicos no país !

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O escanteio ilegal do gol legal

Esta é uma reportagem do Globo Esporte. Repare que, ali pelos 3:58, é mostrada a imagem em que Simon marca um escanteio INCORRETAMENTE para o Palmeiras. Logo em seguida, Obina faz um gol que também é incorretamente anulado. Ou seja, se o juiz marcasse tiro de meta não haveria confusão nenhuma.

O gol do Palmeiras também surgiu de um lance ilegal.





Mas as declarações de Simon sobre o lance são ridículas.

Quando não se sabe, não se comenta

Rubem Fonseca é um grande escritor. Então deveria escrever sobre literatura. Resolveu escrever sobre tecnologia e comentar sobre o Kindle, leitor eletrônico de livros da Amazon. O resultado é grotesco.

O texto é do início deste ano e é muito confuso. Ele diz que devido ao fracasso do PRS (da Sony !), a Amazon (!?!?!) está lançando uma segunda versão do Kindle. Que o PRS só lê arquivos vendidos pela loja da Sony, quando na verdade lê uma grande quantidade de tipos de arquivos disponíveis gratuitamente. Diz que os e-readers deveriam tocar música, quando já o fazem. Cita pesquisas sobre telas eletrônicas que fazem mal à saúde, sem sequer dar uma olhada na tecnologia e-ink, cuja objetivo é justamente não causar mal aos olhos. Diz que não há possibilidade de ler na cama. Ora essa, imagino que todos os proprietários de e-readers façam isso diariamente. E termina dizendo que o Kindle é fogo de palha, no momento em que as vendas do produto batem recordes pelo mundo afora. O artigo é simplesmente desastroso.

Já vi mestres de determinadas áreas cometendo absurdos, como certo artigo de Miguel Reale Jr. na Folha de São Paulo, em que comentava que o software livre fracassaria. Resolveu palpitar numa área em que não tinha conhecimento e escreveu um artigo muito ruim. Agora vi que Rubem Fonseca joga no mesmo time.

Quem não entende sobre um assunto não deveria escrever sobre o mesmo. Ponto final.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Quem fiscalizará o governo ?

Tenho evitado escrever sobre política nos últimos dias. A falta de visão da população brasileira me irrita profundamente e sinto que escrever sobre o assunto não irá resolver absolutamente nada. Há blogs maravilhosos sobre política que são lidos por milhares de formadores de opinião e que condenam as práticas do atual governo com muito mais brilhantismo do que este humilde escriba.

Mas há textos que não podem ser ignorados. Neste texto, Eliane Cantanhede comenta com precisão os atentados feitos pelo presidente da República às instituições brasileiras.

A imprensa é chamada de "quarto poder" justamente por seu poder de fiscalização. Mas os excessos do governo atingem até mesmo os poderes oficiais, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União. Qualquer estudante de segundo grau sabe da importância da divisão dos poderes para a democracia de um país.

Direitos autorais... chineses ???

O mundo dá voltas, né ? Jamais imaginei ler isso, mas a China está reclamando que o Google violou direitos autorais do país ao digitalizar livros.