quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A farra do Pan

Você preferiria ficar no Hotel Glória ou na Vila Olímpica ? Juca Kfouri comenta a farra do Pan:

O relatório do Tribunal de Contas da União sobre os gastos públicos no Pan-2007, divulgado hoje, é ainda parcial, porque faltam dados não só do Ministério do Esporte como também das diversas estatais que apoiaram o evento.

O Ministério tem 30 dias para apresentar suas contas definitivas e as estatais, 15.

Seja como for, há dados que dão a medida do descalabro cometido com o seu, o meu, o nosso suado dinheirinho.

Sabe quanto custou aos cofres públicos a diária de cada atleta hospedado na Vila Pan-Americana?

A incrível quantia de R$ 1.137, 00 por dia, repita-se, algo muito superior ao que cobram os melhores hotéis cariocas, como, aliás, o relatório faz questão de observar.

Mas há muito mais.

O documento faz referências a gastos "despropositados" e volta a mencionar o escândalo cometido com o sistema de credenciamento, originalmente orçado em R$ 55.000,00 e que chegou à casa, pasme, de nada mais nada menos do que 26,7 milhões de reais.

O cálculo, repita-se, ainda parcial estima em 3,3 bilhões de reais o total de dinheiro público gasto no evento, alguma coisa de assombroso numa competição da terceira divisão internacional e de apenas duas semanas.

Lembremos que, segundo o orçamento inicial, os gastos públicos seriam da ordem de R$ 523,84 milhões.

Há casos ainda como os de materiais importados, dardos, varas de salto e material para o taekwondo, encontrados pelos fiscais do TCU nos depósitos do Comitê Olímpico Brasileiro, que simplesmente não foram usados porque chegaram ao país depois do fim dos Jogos.

Não é mesmo de se tirar o chapéu para Carlos Nuzman e Orlando Silva?


E ainda há gente que defenda a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos no país. Você já terá que pagar a Copa, caro(a) leitor(a). Reze para escaparmos das despesas dos Jogos Olímpicos.

Vexames do Itamaraty

Mais um vexame do Itamaraty. São muitos na atual gestão: retirada da obrigatoriedade do conhecimento da língua inglesa na admissão de diplomatas, leituras obrigatórias com viés esquerdista para os diplomatas, condescendência com as estatizações da Petrobrás na Bolívia, extradição (com avião venezuelano) de atletas cubanos que pediram asilo aqui, etc. O novo vexame é o modo como o Ministério das Relações Exteriores tratou a invasão e estatização da Odebrecht no Equador e o provável calote que os equatorianos darão no BNDES. Melhor citar o editorial da Folha de hoje:

BRAVATAS e plebiscitos tornaram-se lamentável especialidade na culinária política sul-americana, e em geral são servidos ao mesmo tempo. Provém de Rafael Correa, presidente do Equador, a mais recente amostra dessa indigesta mistura.
Às vésperas do referendo que avaliará seu projeto de "Constituição Socialista", o presidente equatoriano determinou a ocupação militar de canteiros de obras da construtora brasileira Odebrecht, seqüestrou os bens da empresa e proibiu quatro de seus dirigentes, cidadãos brasileiros, de deixarem o país.
O decreto de Correa surge como reação destemperada a um desacordo que processos judiciais e negociações diplomáticas seriam perfeitamente capazes de dirimir. A construtora é acusada de cometer falhas na construção de uma hidrelétrica, em pane desde junho. O governo equatoriano exige indenização. A empresa não se dispõe a concedê-la, alegando que o contrato nada previa nesse sentido.
Um conflito que, sem ser corriqueiro, nada possui de dramático, nem de histórico, é todavia utilizado pelo presidente Correa como pretexto para uma exaltação populista da pior espécie. A atitude imita o que ocorreu no início do governo de Evo Morales, na Bolívia, quando tropas do Exército ocuparam instalações da Petrobras.
A crise com a Bolívia, em 2006, foi contornada pelo Itamaraty, confirmando que as relações entre o Brasil e seus vizinhos se caracterizam, felizmente, sobretudo em termos de parceria comercial e identidade histórica -e não pelo passionalismo insuflado por governantes messiânicos.
Nacionalismo exacerbado e concentração autoritária de poderes têm a característica, que não é de hoje, de exigir governantes hiperativos e gesticulantes. Tenta-se impor, sobre os processos necessariamente lentos de transformação do mundo real, o ritmo imaginário e trepidante das expedições salvadoras, dos reptos irresponsáveis, da simbologia demagógica.
Não é o caso de aceitar que as relações entre Brasil e Equador sigam a pauta de ressentimento e provocação implícita na atitude de Correa.
Surpreende, todavia, a tibieza da reação brasileira ao espetáculo oferecido pelo presidente do Equador. Cassa os direitos constitucionais de quatro cidadãos brasileiros; o Itamaraty nem sequer emite nota imediata de protesto. Ameaça suspender o pagamento da dívida de cerca de US$ 200 milhões, contraída com o BNDES; tudo normal. Decide ocupar militarmente os canteiros de obras da Odebrecht; o ministro Celso Amorim vê nisso um caso de "ações preventivas" do governo equatoriano.
Negociar, e não retaliar, sempre foi a praxe brasileira nos desentendimentos internacionais. Assim deve ser neste caso. Mas não se negocia a partir da leniência e da submissão; e esta, diante da bravata e da tolice, em nenhuma hipótese se justifica.

É o mundo de Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia. O próximo passo virá, com certeza, na negociação da energia elétrica com o Paraguai. Aguardem...

Intervencionismo econômico

A esquerda brasileira não tem capacidade analítica e cria situações engraçadas. Chamam FHC de neoliberal, sem sequer saber o que o termo significa. Quando o ex-presidente criou o PROER para salvar o sistema financeiro brasileiro, foi massacrado pelos petistas e afins. Diziam que era um absurdo colocar o dinheiro público para salvar uns poucos que haviam especulado. Isso era ruim.

Agora o governo americano teve que fazer o mesmo. Injetou dinheiro público para salvar uns poucos que haviam especulado. A esquerda brasileira agora concorda, pois isso mostra que "o mercado não é essa maravilha e deve sempre haver o controle do Estado" ou "o capitalismo está falhando" (sic, sic, sic, sic).

É um assunto polêmico. Não intervir poderia causar uma pane econômica de grandes proporções. Ou não. Foi um risco que ambos os governos não quiseram correr. Você poderia concordar com as duas intervenções, ou discordar de ambas. Mas um esquerdista sempre vê o mundo do modo que lhe convém.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Pocotó

Da coluna de Mônica Bergamo na edição de hoje da Folha:

A Promotoria Eleitoral de SP arquivou uma representação que o funkeiro MC Serginho (aquele da "Egüinha Pocotó") apresentou contra Marco Aurélio de Barros, que concorre a vereador pelo PTB com o nome de Lacraia e visual idêntico ao do dançarino que acompanha o cantor. "Esse nome é meu, é uma marca registrada", diz Serginho. A promotora Patricia Aude considerou que a questão não cabe à Justiça Eleitoral: "Ele não se apropriou de uma figura política. Sósias existem em todo lugar. Esse é um caso de direito de imagem, que deve ser resolvido na esfera cível".

Alguém está tentando obter ganho político fingindo ser um travesti dançarino de funk. E com grandes chances de consegui-lo, diga-se de passagem.

Nosso país é uma piada.

O País dos Petralhas




Manter um blog é angustiante. Você lê textos sensacionais como este e se pergunta: para que escrever algo mais sobre o assunto ? Não sobra nada pra gente comentar.

Aliás, o Reinaldo Azevedo lançou seu livro O País dos Petralhas. É uma seleção dos textos publicados em seu blog. É quase impossível acompanhar tudo o que é publicado lá, tamanha a produtividade do jornalista. Todos os posts têm qualidade assombrosa. No livro, você tem a chance de ler o que o próprio Reinaldo escolheu. Imperdível.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Que reste-t-il de nos amour

Um dia irei estudar francês e entender essa construção "reste-t-il".

Um clássico de Charles Trenet na voz de Isabelle Aubret.


Os leitores-militantes




O tema é chato, eu estou publicando pouco, há outros assuntos importantes, etc.

Mas eu não consigo esquecer. Eu fico chocado com a cegueira dos leitores-torcedores-militantes. Depois de tudo isso, o cidadão ainda têm leitores. Pior: esses leitores ainda o defendem com unhas e dentes.

A técnica é comentar livros quando a coisa fica preta. A velha técnica de colocar um vídeo de chorinho quando a coisa esquenta. Mas daqui a pouco ele volta a tocar no assunto, ignorando tudo o que já escreveu.

Melhor é parar com isso e ir procurar outros assuntos. Chega ! País burro !

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Teoria da Conspiração

Assustador, né Reinaldo ? E ainda acreditam nesses caras...

E aqui tem mais. O Gravataí acha que ninguém mais vai acreditar no cara, mas digite "Biscoito Fino e a Massa" no Google e você achará um crédulo.

Ah, o post original. Se der "página não encontrada", é porque o autor ficou com vergonha e retirou o texto.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Padrão Globo de jornalismo

Ligo a TV. Brasil e Bolívia, na Globo, aos 11 minutos do primeiro tempo.

Falta para o Brasil. A TV exibe aquela circunferência eletrônica, mostrando que a barreira está a mais de 9,15 m. Galvão Bueno diz:

- A barreira está muito próxima ! O árbitro tem que afastar a barreira !

A circunferência continua mostrando que a distância da barreira até supera o permitido pela regra.

- Arnaldo, a barreira está muito próxima. O juiz tem que afastá-la !
- É a inexperiência do árbitro, Galvão.

E a TV continua mostrando a circunferência e a barreira na distância correta. Comenta Falcão:

- Ronaldinho não deve bater a falta. Deve esperar o árbitro arrumar a barreira.

O horror. O horror.

Evolução

Somos o que somos devido à cerveja.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Queimando a língua

Será que eu queimei a língua ? Ontem, Roger Federer jogou muito e conquistou seu quinto US Open. O primeiro set foi uma verdadeira aula de tênis. Com muita variação nos golpes, o suiço evitou que o escocês entrasse no jogo.

O que Federer precisa parar é de dar aquela "caidinha" no final dos torneios e preservar sua imagem...

Ernesto Varela

Antes de ficar conhecido pelo CQC, Marcelo Tas fez muito sucesso com o repórter Ernesto Varela. Aqui uma pequena seleção de momentos hilariantes.


Talento desperdiçado

Algumas pessoas acabam ficando conhecidas por determinadas atividades. E poderiam ser muito melhores se seguissem seu talento nato. Vejam que cantor o mundo perdeu:


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Martaxa e o lixo

O Brasil realmente é o país da piada pronta. Marta Suplicy, essa que lidera as pesquisas em São Paulo, ganhou o apelido de "Martaxa" pelos tributos que criou quando prefeita de São Paulo.

Pois leio hoje na Folha que ela está sendo cobrada judicialmente por não pagar o imposto relativo ao seu apartamento nos Jardins.

Hipóteses

O melhor blog de política do Brasil comenta os posts de Luís Nassif.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Campeão mesmo

César Cielo merece nossa admiração. É um verdeiro campeão de cidadania. Foi perseguido pela CBDA por manter sua agenda de treinamentos quando a entidade o forçava a ser cabo eleitoral de Lula. Perdeu patrocínio por isso, mas manteve a determinação e ganhou a medalha de ouro em Pequim.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Eu tenho isso !

Biblioagorafobia = medo de estar em um espaço público sem um livro na mão.

(retirado de um texto do Janer Cristaldo)