domingo, 21 de dezembro de 2008

Oi e Brasil Telecom, um editorial

O editorial da Folha de São Paulo de hoje mostra que a instituição Brasil acabou. Como já havia dito o Jânio de Freitas, nunca na história deste país houve tamanha picaretagem. Na próxima pesquisa, Lula terá 102% de aprovação. Mas este texto resume o que acontece em Brasília, e nem mesmo precisou mencionar os milhões que a Oi "investiu" na empresa de jogos eletrônicos do ex-monitor de zoológico Lulinha:

O governo Lula fez o que já se esperava. Atendeu aos interesses de uma das empresas que mais doaram recursos para a campanha presidencial de 2006, a Andrade Gutierrez, e criou um virtual oligopólio nos serviços de telefonia em todos os Estados do país, com exceção de São Paulo.
Não foi fácil. Muita "vontade política", para falar como o presidente, se fez necessária para impor aos consumidores brasileiros a compra da operadora Brasil Telecom pela Oi, que tem a Andrade Gutierrez como uma de suas principais controladoras.
Havia a lei. Foi alterada. Era preciso dinheiro público. Foi concedido. Surgiram focos de resistência entre os membros da agência que regula o setor, a Anatel. Nomeou-se uma personalidade sem experiência na área para aprovar a fusão. O Tribunal de Contas da União estranhou o negócio. Opiniões foram mudadas -em questão de 24 horas.
Os interessados tinham pressa. Se a compra não fosse aprovada até hoje, a Oi teria de pagar uma multa contratual de R$ 490 milhões à Brasil Telecom. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, resolveu então levar ao pé da letra as suas atribuições. Comunicou-se. E foi assim que, depois de uma conversa com o ministro do TCU que resistia à operação, dificuldades de última hora foram superadas.
A Oi se livrou assim do incômodo de pagar R$ 490 milhões e pode celebrar o que, mesmo a olho nu, parece ter constituído um excelente negócio.
Já o contribuinte brasileiro não recebe maiores satisfações pelo fato de que muito mais dinheiro foi injetado pelo BNDES e pelo Banco do Brasil para possibilitar a transação. Do BNDES vieram R$ 2,6 bilhões. Do Banco do Brasil, R$ 4,3 bilhões. Fundos de pensão de estatais também foram convocados a participar da transação, cujo valor total se estima em R$ 12,5 bilhões.
Isso tudo ocorre num momento de aguda necessidade de crédito nos mais variados setores produtivos. O novo conglomerado não criará novos empregos, pelo que consta. Ao contrário, nessa área, tudo se resume a seu compromisso de não realizar demissões até abril de 2011.
Qual a justificativa do governo Lula para se envolver escancaradamente no negócio? Argumentou-se que, num mercado onde predominam empresas estrangeiras, seria estratégica a presença de uma grande operadora nacional de telecomunicações.
Todavia, uma surpresa estava reservada para esse último capítulo. Descobre-se agora que não existem mais impedimentos a que a nova empresa seja vendida a grupos estrangeiros.
Fecha-se, assim, o ciclo de uma espetacular sucessão de casuísmos, acomodações de interesses e jogadas clandestinas -na qual, diga-se de passagem, também a oposição parlamentar participou, quando chamada a intervir.
O negócio está feito. Apesar da complexidade dos detalhes, não é difícil resumi-lo ao essencial. É um caso de compra e venda. Nada mais que isso.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sapatada

E a sapatada no Bush continua rendendo frutos.

Uma nova versão de jogo aqui.

E mais animações aqui.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sapatos de destruição em massa

Estou impressionado com a agilidade do presidente Bush. Políticos são bons na esquiva, mas muitos não escapariam deste "grave" atentado.




E você ainda pode praticar aqui.

domingo, 14 de dezembro de 2008

O jornalismo desagregador

Existem reportagens cujo único objetivo é causar mal estar e desagregar um grupo. Mas algumas podem trazer um ganho para a humanidade.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Moratória

O picareta do Equador declarou moratória hoje. Não irá pagar sua dívida externa.

Era um fato previsível. Assim como o picareta da Bolívia, ele também é um seguidor do picareta da Venezuela. E a conversinha desta turma é sempre a mesma: o povo não irá pagar os países ricos com sua fome, etc.

E há muitos picaretas no nosso governo defendendo essa tropa aí...

A pilantropia continua...

Sim, continua. Seria incrível em outro país. Mas aqui é o Brasil.

Anote os nomes dos envolvidos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Propagandas antigas esquisitas

Os exageros do politicamente correto podem ser vistos o tempo todo nos dias de hoje. Mas antigamente podia se fazer de tudo, como mostram esses anúncios antigos.

Ainda sobre o plágio do Coldplay

Um vídeo bastante revelador sobre o suposto plágio do Coldplay, já relatado aqui.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Chopp e bolinho de bacalhau em Campinas

Preciso fazer uma reparação. Tenho sido injusto com o guia O Melhor de Campinas, da revista Veja. Minha birra é constatar que opiniões de modelos e pessoas da "high society" são consideradas na avaliação de estabelecimentos totalmente incompatíveis como "a melhor choperia da cidade". Isto é coisa para jornalistas, por exemplo.

Durante minha (breve) estadia de 5 anos em Campinas, visitei cerca de 13.125 choperias (ou perto disso). E todo ano o Giovannetti vence na categoria de melhor chopp da cidade. Meu problema é que eu evitava ir ao Giovannetti pioneiro, aquele localizado no Largo do Rosário. Frequentei os demais com grande assiduidade, e aquele chopezinho sem vergonha da Schincariol jamais poderia ser considerado como melhor chopp.

O problema é que constatei empiricamente que o chopp do Giovannetti do Largo do Rosário é o melhor da cidade, sem dúvida alguma. E por isso gostaria de me retratar, ainda que ache que nenhuma modelo deveria ser consultada para escolher a melhor choperia de lugar algum nesse mundo.

A propósito: provavelmente o bolinho de bacalhau desta unidade é o melhor que já comi. Falam muito do bolinho do City Bar, mas achei o do Giovannetti melhor. Meu favorito era o do Siri (Rio de Janeiro), mas hoje percebi que o bolinho de bacalhau do Giovannetti do Largo do Rosário é uma verdadeira "madeleine proustiana" maravilha.

Um cavalo de Tróia nas leis brasileiras

Não sou advogado. E aí, quando leio textos como este, fico muito preocupado. O futuro do país onde crescerão meus filhos pode ser terrivelmente comprometido e eu não posso fazer nada.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Plágio ?

O guitarrista Joe Satriani está acusando o Coldplay de plágio. Segundo ele, a música "Viva La Vida" tem "trechos originais substanciais" de sua composição "If I Could Fly". Com as facilidades da Internet, conseguimos analisar se realmente houve plágio. Primeiro, a música do Satriani:


Discover Joe Satriani!







Agora, a música do Coldplay:


Viva La Vida - Coldplay


Interessante é a faixa a seguir. Algum engraçadinho fez um "mashup" e combinou as duas música em uma só:


Viva La Vida vs If I Could Fly (a mashuP) - Coldplay & Joe Satriani


Na opinião deste humilde blogueiro, as chances de plágio são pequenas. A melodia que causou esta comoção é bastante simples. É provável até que encontremos mais músicas com características semelhantes. Mas o processo já foi aberto e o negócio é esperar pra ver.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Conselho de Ética ?

O Conselho de Ética da Câmara acaba de livrar a cara de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. Havia um relatório que pedia sua cassação. Se você não sabia deste caso, por favor vá dar uma olhada. Depois de chegar às suas próprias conclusões, analise o papel destes deputados que absolveram o deputado:

Fernando Melo (PT-AC), Leonardo Monteiro (PT-MG), Sandes Júnior (PP-GO), Wladimir Costa (PMDB-PA), Efraim Filho (DEM-PB), Dagoberto (PDT-MS), Abelardo Camarinha (PSB-SP), José Carlos Araújo (PR-BA), Marcelo Ortiz (PV-SP) e Rômulo Gouveia (PSDB-PB).

Tenho certeza que você chegará a uma conclusão correta.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Desafio Musical 6 - Route 66

Duas versões de "Route 66", de Chuck Berry. E aí ? Rolling Stones ou Depeche Mode ?

route 66 - roling stone

Route 66 - Depeche Mode

Desafio Musical 5 - Close To You

O Desafio Musical está voltando. Vamos experimentar um novo provedor musical. Hoje Susan Wong encara os brasileiros do Trash Pour 4, que devem voltar mais vezes nesta seção. A música é o clássico "Close to You", de Burt Bacharach.


Close to You - Susan Wong

Close to You - Trash pour 4

Meteoro

Imagine ver algo assim ao dirigir seu carro:





São imagens obtidas pela câmera de um carro da polícia de Edmonton, Canadá. Registram a queda de um meteoro no local. Impressionante...

A batalha das MPs

Leio no Valor Econômico que:

"o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguirá ultrapassar o número de MPs de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, de 365. Até agora, já expediu 344 MPs e ainda tem mais dois anos de governo".

É isto aí, leitor. O placar indica 365 x 344. FHC editou uma média de 45,6 medidas provisórias por ano. Lula editou 57,3 medidas provisórias por ano, mas isso não é o pior. Pior é saber que existem MPs como a "MP da Pilantropia", que perdoa dívidas de até 2 bilhões de reais de entidades suspeitas de filantropia. Assustador.

Educação e ideologia

Rodrigo Constantino escreve sobre a contaminação ideológica no ensino brasileiro. Sofri muito com isso quando passei pelo ensino fundamental e médio, o que me levou a equívocos na juventude.

Medalha, medalha !



Medalhas na Fórmula 1 ? Esta é a idéia de Bernie Ecclestone. Os pilotos lutariam por medalhas de ouro, prata e bronze nas corridas. O campeão da temporada seria quem ficasse em primeiro no quadro de medalhas.

O objetivo é incentivar as ultrapassagens. Hoje, um piloto que está em segundo lugar dificilmente arrisca uma ultrapassagem para vencer uma corrida.

O mais curioso é que o atual regulamento (esdrúxulo) foi criado para penalizar o piloto Michael Schumacher, que vencia quase todas as corridas que disputava e era campeão quase na metade da temporada. A solução foi diminuir a diferença da pontuação entre primeiro e segundo para 2 pontos (antes eram 4).

E assim a coisa vai... Quando um novo Schumacher aparecer, e começar a vencer uma prova atrás da outra, irão mexer no regulamente novamente e incluir pontuação no lugar das medalhas.

Tragédia

Marcos Guterman compara os comportamentos de Bush e Lula nas tragédias de New Orleans e Santa Catarina. Idênticos, por sinal. Lá, a popularidade do presidente sofreu fortes abalos. Aqui deve subir na próxima pesquisa.

Atualização: como não falta tragédia no mundo, já há um novo post do Marcos Guterman sobre a Índia.

O herói

Hoje não vou incluir links do Reinaldo Azevedo. Melhor é incluir este aqui do Noblat. Quem acha que o Reinaldo está errado neste assunto pode ler outra opinião sobre o mesmo.

Apesar de ambos terem a mesma opinião sobre o "herói"... Talvez a melhor opinião seja mesmo a do Tutty Vasques.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Horário de verão e o consumo energético

Interessante este post do Marcos Guterman. Parece que o horário de verão não economiza energia, e sim aumenta seu consumo.

O mundo é mais complexo do que se pensa.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Que time, hein ?

Pesquisa na Internet está escolhendo o melhor time da história do Barcelona. Até agora, a escalação seria esta:

Zubizarreta; Daniel Alves, Puyol, Migueli e Sergi; Guardiola, Cruyff, Maradona e Ronaldinho Gaúcho; Messi e Romário.

A seleção me parece justa. Fiquei até com dúvida entre Messi e Ronaldo, mas há uma tendência a se valorizar as coisas mais recentes. E Romário foi o melhor jogador que já vi jogar.

domingo, 23 de novembro de 2008

Jânio de Freitas nunca viu nada igual

Durante o governo FHC, me irritava ler algumas colunas na Folha de São Paulo. Jânio de Freitas era ácido demais com aquele governo. Mas não tinha o fanatismo de Marilene Felinto. E eu tinha Gilberto Dimenstein e Luís Nassif em alta conta. A experiência me levou a algumas conclusões pessoais: Jânio de Freitas era crítico em demasia, mas justo em suas posições. Marilene Felinto foi elogiar o petismo em revista de viés petista patrocinada pelo governo do PT. Gilberto Dimenstein me parece um pouco ingênuo e não confio mais em Luís Nassif, depois de tudo o que aconteceu recentemente.

Tudo isso para comentar a coluna do Jânio de Freitas de hoje só para assinantes:

"Fusão de teles é a transação mais inescrupulosa de que me lembro."

Eu também não me lembro de nada parecido.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Garibaldi e as MPs

Garibaldi Alves surpreendeu o Brasil. Ninguém esperava uma atitude de bom senso com relação às medidas provisórias que vinham sendo empurradas ao Senado para serem carimbadas. O processo é mais ou menos assim: Lula resolve fazer o que quiser através de um MP e a envia ao Congresso, que tem 45 dias para aprová-la. Os deputados enrolam e só terminam sua análise na véspera do encerramento do prazo. Quando chega ao Senado, não há mais tempo para analisar nada.

Uma medida provisória deveria tratar de assuntos urgentes ao país. Lula achou que perdoar todas as entidades filantrópicas com irregularidades fosse urgente. Sua urgência não é a mesma do país. Garibaldi Alves rejeitou essa barbaridade.

Quem sabe este ato ajude a corrigir essa aberração chamada medida provisória.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

sábado, 8 de novembro de 2008

A vitória de Obama

Algumas pessoas podem não ter percebido a importância da vitória de Barack Obama. Ruy Castro dá uma ajuda em seu texto de hoje da Folha:

Em 1938, Billie Holiday, cantora negra americana, não era admitida nos hotéis que hospedavam seus colegas da orquestra branca de Artie Shaw. O liberal Shaw armava um bode na recepção e, se Billie não pudesse ficar com eles, marchavam todos para fora da espelunca e da cidade.
Na década de 40, Duke Ellington, já tido como um dos homens mais elegantes da América, também só podia hospedar-se com sua orquestra nos guetos das cidades em que se apresentavam. Outra cantora negra, Lena Horne, era um grande nome da MGM, mas, de tão perigosamente linda, sua parte nos filmes limitava-se a um número musical -que pudesse ser cortado nos Estados racistas, sem prejuízo da trama.
Em 1956, o programa semanal de Nat "King" Cole na TV americana nunca atraiu um patrocinador nacional, e a NBC só o manteve no ar durante 64 semanas porque astros como Frank Sinatra, Peggy Lee e Tony Bennett ofereciam-se para cantar nele quase de graça. Os empresários temiam que seus produtos fossem boicotados se patrocinassem o programa de um negro.
Nessa época, um hotel de Las Vegas mandou esvaziar e lavar a piscina em que a estrela de sua boate, a maravilhosa Dorothy Dandridge, nadara naquele dia. Dorothy não tinha quem a defendesse da ofensa, porque seu namorado branco, o cineasta Otto Preminger, não a assumia publicamente.
Em 1960, ao lado de Sinatra e Dean Martin, Sammy Davis Jr. trabalhou duro na campanha de John Kennedy à Presidência. Com Kennedy eleito, Sammy Davis foi "desconvidado" para a festa de posse na Casa Branca por estar namorando uma das mulheres mais desejadas do país, a louríssima Kim Novak.
Daí que, para os americanos, a presença de Barack Obama e sua família na Casa Branca é -como se diz mesmo?- emblemática.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Pizzas e mais pizzas...

Romero Jucá e Gilberto Carvalho tiveram seus processos arquivados, um por prescrição da pena, outro por... por... sei lá. Uma tal de Comissão de Ética Pública da Presidência da República disse não haver provas. Pesquisem, meus caros.

Assinantes frustrados da Folha de SP podem ler aqui e aqui. Os não assinantes frustrados não lerão e sofrerão menos. Petistas podem festejar com a dança da pizza.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Democrata ou Republicano ?

Se morasse nos EUA, você seria democrata ou republicando ? O site da Veja tem um teste interessante.

Este que vos fala foi considerado um "independente que costuma votar nos democratas".

10 anos depois

O mundo dá voltas. Lasier Martins virou celebridade da Internet há algum tempo atrás, graças a este vídeo:



Agora ele volta a mesma festa, dez anos depois, e comenta sobre o incidente:

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Eleição no Rio

Gabeira perdeu no Rio por 50.000 votos. O governador Sérgio Cabral antecipou um feriado e a Zona Sul foi passear. E não param de surgir críticas, aqui , ali, e em todo lugar contra esse procedimento.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Argentina aqui ?

Guilherme Fiúza é o autor de "3000 Dias no Bunker" e "Meu Nome Não é Johnny". Tem um dos melhores blogs do Brasil. Sua visão da nova Medida Provisória é perfeita:


Já que a estatal do pré-sal não emplacou – pelo menos por enquanto –, o governo Lula está expandindo o cabide em outra direção. O que não pode é faltar dinheiro e emprego para a companheirada.

A medida provisória que dá poderes ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica de adquirir (estatizar) instituições financeiras privadas é totalmente coerente. Afinal, como se sabe, o BB e a CEF foram eleitos pelo PT como as centrais da boquinha. Ali mamou alegremente o valerioduto, com sua generosa distribuição de dividendos aos correligionários.

O Banco do Brasil e a Caixa, recentemente capitalizados com dinheiro do contribuinte, poderão usar esse dinheiro para agigantar ainda mais sua estrutura – para caber mais diretores daqueles que se metem com dossiês e ficam amigos dos Delúbios.

É de fato tranqüilizador, num momento de crise, ver o governo tomando esse tipo de providência. Já que o dinheiro vai sumir, pelo menos que suma por um ralo testado e aprovado.

Na Argentina, a festa não fica atrás. O casal Kirchner acaba de decidir seqüestrar cerca de 30 bilhões de dólares da poupança previdenciária dos argentinos. Lá, a crise também é o pretexto para a estatização na marra.

Assim como os brasileiros, os argentinos devem estar tranqüilos, porque de calote os Kirchner entendem.

E uma onda nostálgica invadiu Brasília. Uma longa entrevista coletiva do ministro da Fazenda, numa espécie de varejão de explicações prolixas, deu saudades da Zélia. Ao fundo, a bolsa despencando mais de 10% e o dólar disparando davam a certeza de que o momento é inesquecível.

Mas isso é só o começo. A esquerda bolivariana vem com tudo para se vingar do neoliberalismo. Segurem firme suas carteiras.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Clássicos ?

Os americanos continuam distantes do futebol. Segundo a CNN, o clássico Corinthians versus Palmeiras é a nono clássico de maior rivalidade do futebol mundial. Além de não incluir o Fla x Flu, por exemplo, ou outros do país do futebol, ainda há uma lista bizarra de clássicos, como Al Ahly x Zamalek (Egito, quarto clássico mais importante) e Wydad x Raja (Marrocos, oitavo).

Pró-Tudo

Lula e Mantega derrubaram a Bovespa em 10% ontem ao criarem a medida provisória que permite a aquisição de participação de empresas pela Caixa e Banco do Brasil sem licitação. É uma boa maneira de investir nosso dinheiro na ajuda à companheirada petista.

O Vinicius Torres Freire comenta na Folha de hoje:

A CEF, além de ser todinha da União, ainda foi autorizada a criar um banco de investimentos, que pode comprar "participações" (parte ou o controle de empresas), entre outras operações típicas do setor. Se não for inócua, a CEF-Par" tem toda a cara de que será o bancão sombra da crise brasileira, o que vai engolir companhias podres, mas sem prestar contas claras (é um banco) e tendo o dinheiro público como o garantidor último de negócios ruins ou de negócios com amigos quebrados.
Em suma, se a CEF fizer mau negócio, a conta cai no Tesouro Nacional. (...) Os acionistas ou donos das firmas que fizeram maus negócios ficam com a empresa e com o subsídio público. Impedir que a empresa quebre é bom para os funcionários e para o país? Ok. Mas por que é preciso haver subsídio para o proprietário?
O PT fez aquela chacrinha com o Proer, o programa federal de cobertura de rombos dos bancos privados, criado no governo FHC. Mas o Proer, ainda com algumas obscuridades, parece muito mais claro do que o Pró-Tudo de Lula.

É um cheque em branco para o governo fazer novas festas como a da Brasil Telecom / Oi.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Dengue

E lá vamos nós no país da piada pronta:

Cerca de 5.000 pneus velhos recolhidos pela Prefeitura de Campo Grande (MS), em campanha contra a dengue, estão alojados há 20 dias a céu aberto e se tornaram potenciais focos de reprodução do mosquito Aedes Aegypti. Os pneus estão no pátio de um espaço público que inclui quadra de esportes e uma escola, no bairro Vila Popular. Com as chuvas, ficaram cheios de água.
Os moradores do bairro temem que a campanha de prevenção resulte agora em um grande criadouro do mosquito. Nos primeiros três meses de 2007, período em que foi considerada a "capital da dengue" no país, Campo Grande teve mais de 44 mil casos notificados.
O coordenador da campanha de recolhimento dos pneus, Marcos Vinicius Carvalhal, afirma que o material será mantido no local apenas até 5 de novembro. Segundo ele, a preocupação da vizinhança é "bom sinal". Os pneus serão encaminhados a uma empresa de reciclagem.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

No escritório

Trabalhar em escritório também pode ser divertido, como mostram esses dois vídeos:







Fonte: Folha de São Paulo (21/10/2008)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Indecente

Leandro Pedro Vuaden incluiu seu nome no rol dos grandes vilões do futebol brasileiro. Os dois pênaltis não marcados a favor do Fluminense ontem (contra o Vitória) entram para a história e podem ser os responsáveis pelo rebaixamento do Fluminense. Juca Kfouri considerou o primeiro como um golpe de judô. Washington sofreu um ippon aos 29 do segundo tempo e o juiz não marcou nada. Depois, nos acréscimos, Washington chutou para o gol com o goleiro batido, mas o judoca Leonardo Silva fez uma grande defesa com o braço. E novamente o senhor Vuaden não marcou pênalti. Uma atuação indecente do árbitro gaúcho.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

PM x PC

Ficou confuso com o choque das polícias ontem em São Paulo ? Saiba o porquê aqui...

Perdeu !

Você perdeu, cidadão ! O governo mudou a lei que o protegia contra cartéis. Agora a Oi, aquela empresa que injetou milhões de reais na empresa de tecnologia do ex-monitor de zoológico e filho do presidente da República, poderá concluir a compra da Brasil Telecom. Vai sobrar um bilhão de reais limpinhos na mão de Daniel Dantas. E tem gente achando que ele é tucano ! Acho que ninguém ama mais Lula e o PT do que esse banqueiro...

Sua conta da Brasil Telecom vai subir e o serviço vai piorar. Ética é isso aí...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Errata: horário

Os horários dos posts deste blog estavam completamente malucos. Parece que a configuração nunca esteve correta. O problema foi corrigido.

Gravataí é Kassab



É possível aprender muita coisa neste post do Imprensa Marrom. Sua visão sobre Marta, Kassab, direita e esquerda certamente mudará um pouquinho.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O tiro no pé de Marta Suplicy

Poucas vezes vi algo tão aviltante como a propaganda da campanha de Marta Suplicy que questiona a sexualidade de Kassab. Marta sempre se proclamou a defensora dos gays e outras minorias. Com este belo tiro no pé, corre o risco de perder votos até mesmo dos seus tradicionais eleitores.

Mas também poucas vezes vi uma reação tão grande dos formadores de opinião. Praticamente todos os colunistas e blogueiros de todo o espectro ideológico condenaram violentamente o anúncio. Até mesmo o Idélber Avelar (*) e o Luís Nassif (**) !!!!!!!!! E as cartas nos jornais e revistas mostram que mesmo a população mansinha se revoltou.

Mas Gilberto Carvalho quer mais...

Mais aqui e aqui.

(*) com as ressalvas de sempre, claro !
(**) com mais ressalvas do que o Idélber. Impressionante... Ah, o Mino Carta está a favor da Marta e o Paulo Henrique Amorim disse que a culpa é do Serra. Desculpe se embrulhei seu estômago, caro leitor.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Lambança

Vou publicar, na íntegra, o texto do Elio Gaspari de hoje. E não vou emitir opinião pessoal. Julgue você, caro leitor.

Crise é uma coisa, lambança é outra

AS CRISES econômicas são ruins em si. Adicionar à sua discussão uma opção preferencial da ignorância é covardia. Teorias como a "marola" de Nosso Guia e a "pequenininha gripe" de Dilma Rousseff ofendem a inteligência alheia. O mesmo sucede quando o governo diz que pretende aliviar "bancos pequenos". Não existe "banco pequeno". Há bancos solventes e insolventes, como se o adjetivo "pequeno" inspirasse sentimentos misericordiosos capazes de aprovar a criação de um Bolsa Banca.
É o bilionário Warren Buffett (US$ 50 bilhões de patrimônio) quem ensina: "Quando a maré baixa é que você vê quem estava nadando nu". Em matéria de sabedoria, é sempre bom lembrar o que dizia o professor Mário Henrique Simonsen: "O problema mais difícil do mundo, se for corretamente enunciado, um dia poderá ser resolvido. Já o problema mais fácil, ao ser mal apresentado, é irremediavelmente insolúvel".
Quando Nosso Guia diz que a Aracruz e a Sadia perderam dinheiro porque "estavam especulando contra a moeda brasileira", o problema agrava-se, por mal enunciado. Primeiro, elas não estavam especulando. São duas grandes empresas exportadoras, uma de celulose e a outra, de alimentos. É legítimo e até mesmo razoável que protejam suas operações de câmbio. Resguardaram-se supondo que o dólar não passaria de um determinado teto (talvez R$ 1,80) e perderam. A Aracruz tomou um tiro de R$ 1,95 bilhão e a Sadia perdeu pelo menos R$ 760 milhões.
Admita-se que essas operações fossem especulativas. Mesmo assim, e aí é que o problema se agrava, elas estariam especulando a favor do real forte, sobrevalorizado, com o dólar a R$ 1,50. Quando o presidente de uma República mistura as coisas de forma tão primitiva, o problema de um país é bem maior do que os R$ 2,7 bilhões perdidos pelas duas empresas.
A duas, e sabe-se lá quantas outras, estavam nadando sem roupa. A Aracruz já informou que "contratou assessoria especializada para a realização de auditoria específica" para "verificar se foram observadas suas políticas internas". No caso da Sadia, as repórteres Stela Campos, Alda do Amaral Rocha e Ana Paula Ragazzi já revelaram que a diretoria financeira da empresa estava ligada diretamente ao Conselho de Administração, presidido por Walter Fontana, da família do fundador da empresa. Se uma lanchonete de rodoviária tiver um caixa que responde a um parente do dono e não presta contas ao gerente, ninguém precisará pensar muito para intuir o que se passa atrás do balcão.
Felizmente, tanto a Aracruz como a Sadia têm ações cotadas na Bolsa de Nova York e estão obrigadas a respeitar normas básicas de governança. Em 2006, a Sadia tentou comprar um dos seus maiores concorrentes, a Perdigão. Meses depois o ex-diretor financeiro da Sadia negociou um acordo com a Securities and Exchange Commission, que fiscaliza a Bolsa americana e pagou US$ 135 mil para encerrar um processo por manipulação de informações privilegiadas.
Casos como esses derivam da crise apenas no sentido da baixa da maré, ou da vigilância dos mecanismos reguladores dos Estados Unidos. Haverá outros. O pior que poderá acontecer à credibilidade da economia brasileira será o acobertamento de malfeitorias varrendo-as para baixo do auriverde pendão da esperança.

Zé e os escravos

O tempo é o senhor da razão, né ? Em 1867, José de Alencar escreveu ao imperador Dom Pedro II defendendo um certo ponto de vista:

"A escravidão caduca, mas ainda não morreu; ainda se prendem a ela graves interesses de um povo. É quanto basta para merecer o respeito."

Naquela época, esta defesa não era tão grosseira como é hoje. De qualquer modo, os livros de história trataram de esconder o assunto, como relata reportagem da Folha de hoje (para assinantes).

A editora Hedras está lançando o livro "Cartas a Favor da Escravidão" (160 pags) com o conteúdo das 7 cartas enviadas ao imperador, inéditas há 140 anos.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

E o domicílio eleitoral ?

Já disseram que o Brasil não é para amadores. Vereadores inacreditáveis foram eleitos em todos os lugares do Brasil.

Eu já achava que nada mais iria me surpreender, até ler essa notícia aqui.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Cuca

O técnico Cuca (Fluminense) está a um passo de ser novamente demitido. Em entrevistas, diz não saber o que está acontecendo. Mas os torcedores sabem...

Por que não experimentar o 4-4-2 em pelo menos um jogo ? Só um ! Ele já tentou o 3-6-1, o 3-5-2 e o 4-3-3. Que tal deixar o Júnior César atacar ? Ele foi o destaque na Libertadores deste ano. Todas as jogadas de ataque saíam dos seus pés. Mas Cuca quer que ele fique atrás, só defendendo.

O Fluminense contratou o atacante Evérton Santos no futebol europeu. Depois de ser escalado algumas vezes no meio de campo (?!!), foi encostado pelo treinador. Sem jogar no ataque !!! E estamos vendo o time jogar com os juniores Maicon, Allan, etc.

Cuca recebeu muitas críticas no Santos. Foi questionado por dirigentes, torcida e os próprios jogadores, que costumam ser diplomáticos na saída de um técnico. Mas o que tem feito no Fluminense parece confirmar as críticas recebidas anteriormente.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A farra do Pan

Você preferiria ficar no Hotel Glória ou na Vila Olímpica ? Juca Kfouri comenta a farra do Pan:

O relatório do Tribunal de Contas da União sobre os gastos públicos no Pan-2007, divulgado hoje, é ainda parcial, porque faltam dados não só do Ministério do Esporte como também das diversas estatais que apoiaram o evento.

O Ministério tem 30 dias para apresentar suas contas definitivas e as estatais, 15.

Seja como for, há dados que dão a medida do descalabro cometido com o seu, o meu, o nosso suado dinheirinho.

Sabe quanto custou aos cofres públicos a diária de cada atleta hospedado na Vila Pan-Americana?

A incrível quantia de R$ 1.137, 00 por dia, repita-se, algo muito superior ao que cobram os melhores hotéis cariocas, como, aliás, o relatório faz questão de observar.

Mas há muito mais.

O documento faz referências a gastos "despropositados" e volta a mencionar o escândalo cometido com o sistema de credenciamento, originalmente orçado em R$ 55.000,00 e que chegou à casa, pasme, de nada mais nada menos do que 26,7 milhões de reais.

O cálculo, repita-se, ainda parcial estima em 3,3 bilhões de reais o total de dinheiro público gasto no evento, alguma coisa de assombroso numa competição da terceira divisão internacional e de apenas duas semanas.

Lembremos que, segundo o orçamento inicial, os gastos públicos seriam da ordem de R$ 523,84 milhões.

Há casos ainda como os de materiais importados, dardos, varas de salto e material para o taekwondo, encontrados pelos fiscais do TCU nos depósitos do Comitê Olímpico Brasileiro, que simplesmente não foram usados porque chegaram ao país depois do fim dos Jogos.

Não é mesmo de se tirar o chapéu para Carlos Nuzman e Orlando Silva?


E ainda há gente que defenda a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos no país. Você já terá que pagar a Copa, caro(a) leitor(a). Reze para escaparmos das despesas dos Jogos Olímpicos.

Vexames do Itamaraty

Mais um vexame do Itamaraty. São muitos na atual gestão: retirada da obrigatoriedade do conhecimento da língua inglesa na admissão de diplomatas, leituras obrigatórias com viés esquerdista para os diplomatas, condescendência com as estatizações da Petrobrás na Bolívia, extradição (com avião venezuelano) de atletas cubanos que pediram asilo aqui, etc. O novo vexame é o modo como o Ministério das Relações Exteriores tratou a invasão e estatização da Odebrecht no Equador e o provável calote que os equatorianos darão no BNDES. Melhor citar o editorial da Folha de hoje:

BRAVATAS e plebiscitos tornaram-se lamentável especialidade na culinária política sul-americana, e em geral são servidos ao mesmo tempo. Provém de Rafael Correa, presidente do Equador, a mais recente amostra dessa indigesta mistura.
Às vésperas do referendo que avaliará seu projeto de "Constituição Socialista", o presidente equatoriano determinou a ocupação militar de canteiros de obras da construtora brasileira Odebrecht, seqüestrou os bens da empresa e proibiu quatro de seus dirigentes, cidadãos brasileiros, de deixarem o país.
O decreto de Correa surge como reação destemperada a um desacordo que processos judiciais e negociações diplomáticas seriam perfeitamente capazes de dirimir. A construtora é acusada de cometer falhas na construção de uma hidrelétrica, em pane desde junho. O governo equatoriano exige indenização. A empresa não se dispõe a concedê-la, alegando que o contrato nada previa nesse sentido.
Um conflito que, sem ser corriqueiro, nada possui de dramático, nem de histórico, é todavia utilizado pelo presidente Correa como pretexto para uma exaltação populista da pior espécie. A atitude imita o que ocorreu no início do governo de Evo Morales, na Bolívia, quando tropas do Exército ocuparam instalações da Petrobras.
A crise com a Bolívia, em 2006, foi contornada pelo Itamaraty, confirmando que as relações entre o Brasil e seus vizinhos se caracterizam, felizmente, sobretudo em termos de parceria comercial e identidade histórica -e não pelo passionalismo insuflado por governantes messiânicos.
Nacionalismo exacerbado e concentração autoritária de poderes têm a característica, que não é de hoje, de exigir governantes hiperativos e gesticulantes. Tenta-se impor, sobre os processos necessariamente lentos de transformação do mundo real, o ritmo imaginário e trepidante das expedições salvadoras, dos reptos irresponsáveis, da simbologia demagógica.
Não é o caso de aceitar que as relações entre Brasil e Equador sigam a pauta de ressentimento e provocação implícita na atitude de Correa.
Surpreende, todavia, a tibieza da reação brasileira ao espetáculo oferecido pelo presidente do Equador. Cassa os direitos constitucionais de quatro cidadãos brasileiros; o Itamaraty nem sequer emite nota imediata de protesto. Ameaça suspender o pagamento da dívida de cerca de US$ 200 milhões, contraída com o BNDES; tudo normal. Decide ocupar militarmente os canteiros de obras da Odebrecht; o ministro Celso Amorim vê nisso um caso de "ações preventivas" do governo equatoriano.
Negociar, e não retaliar, sempre foi a praxe brasileira nos desentendimentos internacionais. Assim deve ser neste caso. Mas não se negocia a partir da leniência e da submissão; e esta, diante da bravata e da tolice, em nenhuma hipótese se justifica.

É o mundo de Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia. O próximo passo virá, com certeza, na negociação da energia elétrica com o Paraguai. Aguardem...

Intervencionismo econômico

A esquerda brasileira não tem capacidade analítica e cria situações engraçadas. Chamam FHC de neoliberal, sem sequer saber o que o termo significa. Quando o ex-presidente criou o PROER para salvar o sistema financeiro brasileiro, foi massacrado pelos petistas e afins. Diziam que era um absurdo colocar o dinheiro público para salvar uns poucos que haviam especulado. Isso era ruim.

Agora o governo americano teve que fazer o mesmo. Injetou dinheiro público para salvar uns poucos que haviam especulado. A esquerda brasileira agora concorda, pois isso mostra que "o mercado não é essa maravilha e deve sempre haver o controle do Estado" ou "o capitalismo está falhando" (sic, sic, sic, sic).

É um assunto polêmico. Não intervir poderia causar uma pane econômica de grandes proporções. Ou não. Foi um risco que ambos os governos não quiseram correr. Você poderia concordar com as duas intervenções, ou discordar de ambas. Mas um esquerdista sempre vê o mundo do modo que lhe convém.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Pocotó

Da coluna de Mônica Bergamo na edição de hoje da Folha:

A Promotoria Eleitoral de SP arquivou uma representação que o funkeiro MC Serginho (aquele da "Egüinha Pocotó") apresentou contra Marco Aurélio de Barros, que concorre a vereador pelo PTB com o nome de Lacraia e visual idêntico ao do dançarino que acompanha o cantor. "Esse nome é meu, é uma marca registrada", diz Serginho. A promotora Patricia Aude considerou que a questão não cabe à Justiça Eleitoral: "Ele não se apropriou de uma figura política. Sósias existem em todo lugar. Esse é um caso de direito de imagem, que deve ser resolvido na esfera cível".

Alguém está tentando obter ganho político fingindo ser um travesti dançarino de funk. E com grandes chances de consegui-lo, diga-se de passagem.

Nosso país é uma piada.

O País dos Petralhas




Manter um blog é angustiante. Você lê textos sensacionais como este e se pergunta: para que escrever algo mais sobre o assunto ? Não sobra nada pra gente comentar.

Aliás, o Reinaldo Azevedo lançou seu livro O País dos Petralhas. É uma seleção dos textos publicados em seu blog. É quase impossível acompanhar tudo o que é publicado lá, tamanha a produtividade do jornalista. Todos os posts têm qualidade assombrosa. No livro, você tem a chance de ler o que o próprio Reinaldo escolheu. Imperdível.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Que reste-t-il de nos amour

Um dia irei estudar francês e entender essa construção "reste-t-il".

Um clássico de Charles Trenet na voz de Isabelle Aubret.


Os leitores-militantes




O tema é chato, eu estou publicando pouco, há outros assuntos importantes, etc.

Mas eu não consigo esquecer. Eu fico chocado com a cegueira dos leitores-torcedores-militantes. Depois de tudo isso, o cidadão ainda têm leitores. Pior: esses leitores ainda o defendem com unhas e dentes.

A técnica é comentar livros quando a coisa fica preta. A velha técnica de colocar um vídeo de chorinho quando a coisa esquenta. Mas daqui a pouco ele volta a tocar no assunto, ignorando tudo o que já escreveu.

Melhor é parar com isso e ir procurar outros assuntos. Chega ! País burro !

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Teoria da Conspiração

Assustador, né Reinaldo ? E ainda acreditam nesses caras...

E aqui tem mais. O Gravataí acha que ninguém mais vai acreditar no cara, mas digite "Biscoito Fino e a Massa" no Google e você achará um crédulo.

Ah, o post original. Se der "página não encontrada", é porque o autor ficou com vergonha e retirou o texto.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Padrão Globo de jornalismo

Ligo a TV. Brasil e Bolívia, na Globo, aos 11 minutos do primeiro tempo.

Falta para o Brasil. A TV exibe aquela circunferência eletrônica, mostrando que a barreira está a mais de 9,15 m. Galvão Bueno diz:

- A barreira está muito próxima ! O árbitro tem que afastar a barreira !

A circunferência continua mostrando que a distância da barreira até supera o permitido pela regra.

- Arnaldo, a barreira está muito próxima. O juiz tem que afastá-la !
- É a inexperiência do árbitro, Galvão.

E a TV continua mostrando a circunferência e a barreira na distância correta. Comenta Falcão:

- Ronaldinho não deve bater a falta. Deve esperar o árbitro arrumar a barreira.

O horror. O horror.

Evolução

Somos o que somos devido à cerveja.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Queimando a língua

Será que eu queimei a língua ? Ontem, Roger Federer jogou muito e conquistou seu quinto US Open. O primeiro set foi uma verdadeira aula de tênis. Com muita variação nos golpes, o suiço evitou que o escocês entrasse no jogo.

O que Federer precisa parar é de dar aquela "caidinha" no final dos torneios e preservar sua imagem...

Ernesto Varela

Antes de ficar conhecido pelo CQC, Marcelo Tas fez muito sucesso com o repórter Ernesto Varela. Aqui uma pequena seleção de momentos hilariantes.


Talento desperdiçado

Algumas pessoas acabam ficando conhecidas por determinadas atividades. E poderiam ser muito melhores se seguissem seu talento nato. Vejam que cantor o mundo perdeu:


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Martaxa e o lixo

O Brasil realmente é o país da piada pronta. Marta Suplicy, essa que lidera as pesquisas em São Paulo, ganhou o apelido de "Martaxa" pelos tributos que criou quando prefeita de São Paulo.

Pois leio hoje na Folha que ela está sendo cobrada judicialmente por não pagar o imposto relativo ao seu apartamento nos Jardins.

Hipóteses

O melhor blog de política do Brasil comenta os posts de Luís Nassif.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Campeão mesmo

César Cielo merece nossa admiração. É um verdeiro campeão de cidadania. Foi perseguido pela CBDA por manter sua agenda de treinamentos quando a entidade o forçava a ser cabo eleitoral de Lula. Perdeu patrocínio por isso, mas manteve a determinação e ganhou a medalha de ouro em Pequim.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Eu tenho isso !

Biblioagorafobia = medo de estar em um espaço público sem um livro na mão.

(retirado de um texto do Janer Cristaldo)

domingo, 31 de agosto de 2008

Fórmula Superliga

Não entendo como alguns empreendimentos acontecem. Vejam esta competição automobilística chamada Fórmula Superliga. São 17 monopostos competindo, cada uma representando uma equipe de futebol. Dei uma olhadinha na manhã deste domingo. Alguém deve ter suposto que um espectador como eu torceria para o piloto brasileiro, né ? Mas como torcer para a equipe Flamengo ? Fiquei feliz quando ele foi ultrapassado e perdeu a primeira colocação. E vibrei quando o carro do Corinthians rodou e abandonou a prova.

Será que esperam que a audiência suba só com gente torcendo contra ? Isso deve acontecer em todos os países representados na competição.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Sapatos e sandálias

Um petista escreveu uma resenha sobre o novo livro de Luís Fernando Veríssimo no suplemento cultural do Valor Econômico de hoje. E, claro, elogiou seu companheiro ideológico. No livro analisado, há colunas que poderiam estar no site do PT, inclusive a defesa dos mensaleiros.

Já gostei muito do Veríssimo. Lia avidamente seus livros há uns 15 anos. Numa de suas crônicas, Veríssimo dizia que gostava do Miles Davis na época em que ele usava sapatos ao invés de sandálias. Pois eu acho que o PT é a sandália ideológica de Veríssimo, e sinceramente prefiro a época em que ele usava sapatos.

Frase antológica

Kurt Vonnegut era bom. Suas frases são sensacionais. Veja uma delas, reproduzida hoje no Valor Econômico:

"A maior diferença entre Bush e Hitler é o fato de que o alemão foi eleito."

terça-feira, 26 de agosto de 2008

João Gilberto

Quando conseguimos perceber tudo o que acontece em algo maravilhoso e genial, somos arrebatados por uma sensação quase budista de felicidade extrema. Muitos artistas conseguem transmitir esta sensação aos seus estudiosos e admiradores. No Brasil, temos João Gilberto. Quem não consegue aproveitá-lo não sabe o que está perdendo. E deveria fazer desta rejeição preconceituosa um momento de reflexão e revisão da vida. O livro do Zuza Homem de Mello é o "tripitaka" do joaogilbertismo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Ziraldo perdeu

Ziraldo disse que na Internet só há imbecis. Ziraldo já foi deselegante com Fernando Henrique e extremamente grosseiro com Roberto Campos. Segundo o jornalista Giba Um, Ziraldo perdeu a compostura num telefonema em que pedia voto a um acadêmico da Academia Brasileira de Letras.

Hoje, com uma taxa de rejeição nas alturas, Ziraldo perdeu a eleição na mesma ABL para o jornalista e crítico musical Luiz Paulo Horta.

A essência deste blog

Caros leitores, é chegado o dia. Após inúmeros posts, chega o momento de escrever a principal mensagem deste blog. Até o momento, tudo não passou de preparação para este momento.

Então leia com atenção e memorize:

"Campinas tem os piores motoristas do Brasil."

Isso mesmo ! Nenhum post é tão importante quanto este. É o único texto do blog que pode salvar vidas. Ao saber que os motoristas campineiros cruzam 3 faixas da avenida Francisco Glicério para virar à direita, sem uso das setas, posso estar evitando um acidente. Ao informar que alguém provavelmente invadirá a Orozimbo Maia de ré, sem olhar para trás, poderei estar salvando uma vida. Se ler este texto, ninguém mais descerá a Avenida Brasil sem a consciência de poder topar com alguém "ganhando um tempinho" na contramão. Há sempre um carro atravessando a sua frente no trânsito campineiro.

Campinas tem fama por uma de suas características. Injustamente, na minha opinião, já que existem outros lugares com tais características, como Pelotas e San Francisco. Mas não há motoristas ruins no mundo como em Campinas. Dizem que há motoristas piores no Iraque e na China, mas eu só acredito vendo. Campinas deveria ser reconhecida internacionalmente apenas com relação aos seus motoristas.

Então, não se esqueça:

"Campinas tem os piores motoristas do Brasil."

Tyson Gay

Não costuma ter pena dos outros, mas hoje irei abrir uma exceção para o velocista americano Tyson Gay. Em primeiro lugar, ninguém pode ter crescido satisfatoriamente com um nome desses, que deve ter sido a principal razão de viver de seus coleguinhas na escola. E ninguém jamais poderá apresentá-lo ao ex-pugilista Mike Tyson, sob risco de execução sumária.

Mas tudo isto é pouco. Tyson Gay era um dos favoritos para a final dos 100 metros em Pequim. Sequer se classificou para a final. E hoje acabou com as chances da equipe americana no revezamento dos 4x100, ao derrubar o bastão e desclassificar a equipe. Triste, triste...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Legolímpiadas

Tem gente desocupada no mundo. Em Hong Kong, um grupo de pessoas construiu toda a vila olímpica de Beijing com blocos da Lego.

Contribuição Musical

Pasmem ! Agnaldo Timóteo escreveu uma carta à Folha de São Paulo questionando qual era a contribuição de João Gilberto à música brasileira.

Moramos no país da piada pronta, né não ?

sábado, 16 de agosto de 2008

Economia Sem Truques

Há um tempinho atrás, prometi que iria escrever sobre o livro Economia Sem Truques, de Bernardo Guimarães e Carlos Eduardo Gonçalves. O tempo tem sido escasso e não tenho conseguido escrever sobre minhas últimas leituras. Um leitor do blog me escreveu cobrando uma opinião sobre o livro, e espero que este pequeno texto ajude as pessoas a conhecer o trabalho.

O livro foi classificado como "o Freakonomics brasileiro". Classificação injusta, a meu ver, pois o livro brasileiro é mais didático e melhor organizado. Seu objetivo é ensinar princípios básicos de economia, e o faz de maneira bem agradável e divertida. Freakonomics é um livro cujo objetivo é mostrar que nem sempre a economia se comporta de maneira convencional. Talvez o livro que mais se aproxime de Economia Sem Truques seja O Economista Clandestino, de Tim Harford. Os objetivos parecem mais próximos.

O nosso livro leva clara vantagem sobre este último. Os exemplos são mais próximos do nosso cotidiano, portanto mais fáceis de compreender. O Brasil é o país do populismo e da demagogia, e é um prato feito para quem quer entender o conceito de "economágica" tratado pelo livro.

Economia Sem Truques deveria ser leitura obrigatória no país da meia-entrada, do jeitinho e das leis estúpidas que sacrificam a ousadia dos empreendedores e a maturidade na nossa economia. Por um votinho a mais das massas iletradas...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A Petrobrás e o pré-sal

Nossos stalinistas jurássicos estão querendo criar uma nova empresa estatal para explorar a camada pré-sal onde foram encontradas inúmeras reservas de petróleo. É coisa típica de república bananeira bolivariana.

Nos últimos anos, a Petrobrás captou recursos de investidores para novos investimentos, entre eles a pesquisa de novos campos de petróleo. Quem investiu, teve parte de seus ganhos transferidos para que a empresa fizesse estas pesquisas. Agora o "contrato" vai ser rasgado para que o PT desvie recursos para a manutenção do seu poder. E a Petrobrás vai perder seu valor...

E os idiotas que investiram no desenvolvimento da empresa vão bancar os gastos petistas das eleições futuras.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Fim

Roger Federer acabou.

Pode parecer exagero, mas a derrota de hoje foi emblemática. James Blake havia disputado 22 sets com o suiço até hoje. Havia perdido 21. Tinha vencido apenas um set em anos de disputa.

Hoje venceu dois sets e eliminou Federer dos Jogos Olímpicos de Pequim.

Mas não é só isso. Federer foi eliminado por Ivo Karlovic em Cincinatti. Tinha vencido os 7 confrontos com o gigante croata. Antes, havia sido eliminado por Gilles Simon (?!?), cujo nome ouvi pela primeira vez nesta derrota de Federer.

Com os outros vexames do ano, fica bastante claro a quem o conhece: Federer perdeu a confiança. E não há sinal de que vá recuperá-la nos próximos meses.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

1%

O número de mortes em acidentes em julho de 2007 foi praticamente igual ao de julho de 2008 (193 x 191). O que comprova o que eu já havia dito: estão trabalhando a estatística. No início, a taxa de redução de acidentes foi de aproximadamente 40% comparando-se duas semanas específicas. Depois, quando compararam um período maior, a taxa caiu para 17%. Agora, a diferença é de 1%.

A lei tem um propósito bom e deveria ser apoiada, mas tolerância zero é exagero. E as estatísticas sempre devem ser bem estudadas, porque podem esconder certos eventos que afetam sua análise.

Já dizia Roberto Campos sobre a estatística, quando manipulada: "A estatística é como o biquíni: mostra coisas interessantes mas esconde o essencial".

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Dublagem e fogos 3D

Já vi esse tipo de dublagem em "Cantando na Chuva".

Mas fogos de artifício editados para a TV ? Novidade...

Pequeno Grande Pianista

Michel Petrucciani foi um dos grandes pianistas do jazz. Tinha uma doença genética que lhe afetou o crescimento, e quando faleceu aos 36 anos sua altura era de apenas 90 cm. Sua carreira foi um exemplo de superação. Aqui ele interpreta um clássico de Duke Ellington.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

sábado, 26 de julho de 2008

Que apuro, hein ?

Um Boeing 747-400 da Qantas perdeu um pedaço da fuselagem em pleno vôo. Houve despressurização e a aeronave desceu rapidamente de 9.000 para 3.000 metros. Um passageiro filmou o pouso de dentro do avião.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Diogo Mainardi

Nunca li alguém que escrevesse textos tão incisivos e corajosos como Diogo Mainardi. Suas colunas são ousadas e frequentemente nos retiram da zona de conforto do jornalismo convencional. Ficamos chocados no início, achamos que o cara exagerou no azedume e que toda a birra dos esquerdistas que o criticam faz algum sentido.

Mas o tempo é impiedoso. Você acaba refletindo e entende que as críticas são excelentes. E meses depois os fatos confirmam tudo o que ele escreveu. O caso Daniel Dantas é a comprovação mais recente que seus artigos são imprescindíveis.

Infelizmente o brasileiro prefere o ufanismo à análise crítica dos fatos. Mainardi continuará a ser odiado por aqueles que preferem ignorar a verdade. É uma pena, pois quem lê seus textos sempre consegue uma visão bem mais ampla do mundo.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

No zoológico de Havana

Pequena anedota contada na Economist desta semana:


Placa de zoológico - Havana, 1959:

"Não alimente os animais."

Placa de zoológico - Havana, 1979:

"Não pegue os alimentos dos animais."

Placa de zoológico - Havana, 1999:

"Não coma os animais."

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Dois pesos, duas medidas

Assessores de Daniel Dantas são flagrados tentando subornar um delegado da Polícia Federal. Petistas imediatamente defendem a prisão de Daniel Dantas. Assessores de Lula são flagrados com maletas de dinheiro comprando dossiês falsos, enquanto outros são pegos desviando recursos para o Mensalão, cujo único objetivo é facilitar a vida do Presidente da República. Lula é inocente, pois não sabe de nada.

Entenderam ?

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Nassif

Depois de tudo o que aprontou, Luís Nassif agora choraminga. Escreveu uma série de artigos criticando a revista Veja. Tentou destruir a reputação da jornalista Janaína Leite. E hoje está todo choroso em seu blog. Coitadinho, né ?

O pior é que sempre li suas colunas e o considerava como um grande jornalista. Recentemente enviei uma mensagem para seu blog perguntando o que estava acontecendo e imediatamente fui taxado como mais um do grupo direitista. Ingenuidade minha... Quem acompanha os blogs de política do país sabe o que está acontecendo.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Stasi aqui ?

E o Azeredo, hein ? Que vergonha... Votei duas vezes no cara, uma para governador e outra para senador. Recentemente descobri que ele esteve envolvido com o mensalão no mandato de governador. E agora ele cria um substitutivo de lei que fornece todas as condições para que o Estado vigie tudo o que fizermos na Internet.

Assim, Eduardo Azeredo imprime seu nome (negativamente) nas páginas da história brasileira. A maioria dos historiadores é petista. Daqui a 50 anos, quando alguém for estudar o mensalão, pensará que tanto o PT quanto o PSDB estiveram envolvidos no mensalão. Não importa que o número de petistas envolvidos cheguem à casa dos milhares. Sempre alguém dirá: "mas tinha tucano também!". O tucano é o Azeredo.

O pior acontecerá se uma Stasi tupiniquim for criada baseada nesta lei. Talvez não haja nem relato sobre o mensalão no futuro.

Um bom texto sobre o assunto pode ser lido no blog do Sílvio Meira. O texto é longo e o Sílvio não coloca maiúsculas no início da frase, mas vale a pena ler.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Daniel Dantas

Este é o melhor e mais divertido post sobre o caso do banqueiro Daniel Dantas. Leia, mesmo que não goste de política.

sábado, 12 de julho de 2008

Uau !

Quem lia o Arrastão já sabia. Quem já passou por outro determinado blog, também. Mas eram lutas que visavam a vitória por pontos, ao final de 12 assaltos.

Aqui é luta para nocaute no primeiro round.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Desafio musical 4 - Stardust

A música mais gravada de todos os tempos, nas versões de Erroll Garner e Art Tatum.


Discover Erroll Garner!





Discover Art Tatum!

Diogo Mainardi e Daniel Dantas

Alguns blogs estão acusando o Diogo Mainardi de estar envolvido com o Daniel Dantas. Existem diversas colunas do Mainardi descendo a lenha no banqueiro. Tentei enviar um comentário com os links para estes blogs. O Pedro Dória, jornalista sério e isento, publicou. O Biscoito Fino e a Massa não quis nem saber, já que não é tão independente assim, e censurou meu comentário. O Idélber só deve acreditar no Nassif. E assim vamos separando o joio do trigo. Este blog aqui é meu e posso publicar os links. Leia os textos e julgue por si mesmo se Mainardi é "amigo" de Daniel Dantas. Há menções sobre o pagamento de propinas que Dantas fazia a deputados, acobertamento da situação da empresa do filho de Lula e oferecimento de recursos financeiros a José Dirceu. No seu último podcast, Mainardi comemora as prisões de Dantas e Nagi Nahas.

http://veja.abril.com.br/070905/mainardi.html
http://veja.abril.com.br/140905/mainardi.html
http://veja.abril.com.br/140606/mainardi.html
http://veja.abril.com.br/080206/mainardi.html
http://veja.abril.com.br/060208/mainardi.shtml
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/200208/mainardi.shtml

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O Grande Irmão está chegando

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sempre teve economistas de diferentes visões em seus quadros. Era vinculado ao Ministério do Planejamento. O governo Lula resolveu passá-lo à (ir)responsabilidade de Mangabeira Unger, na recém-criada pasta de Assuntos Estratégicos. O novo responsável pelo Ipea, Márcio Pochmann, decidiu que só poderiam lá ficar economistas que concordassem com ele e demais economistas petistas, e fez uma limpeza nos quadros da instituição. Agora a inflação começa a subir e o Ipea anuncia que não irá mais divulgar seu relatório trimestral sobre temas macroeconômicos. Mostrar a inflação pode ser prejudicial ao PT, né ? E assim caminhamos a passos largos à situação da nossa vizinha Argentina, que não tem mais um índice confiável de inflação.

Pior, caminhamos rumo à falta de informações institucionais típica de países totalitários. Só vale o "pensamento único" dos dirigentes do país. Já se tentou controlar a imprensa, depois as tentativas se dirigiram ao controle do cinema e do conteúdo aplicado nas escolas, que culminou com a criação das aulas de Sociologia para os adolescentes no segundo grau. O governo não desiste e a população não percebe isto.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Lei totalitária

O senador que elegi está fazendo bobagem. O Pedro Dória fez um excelente artigo sobre o problema. Há, inclusive, uma petição online contra esta lei orwelliana.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Final de Wimbledon

Conforme todos previam, Federer e Nadal irão novamente disputar a final de Wimbledon. Acabou de começar a semifinal entre Nadal e Schuettler, mas o alemão vai ser massacrado pelo espanhol. Estou escrevendo com antecedência porque o Nadal vai ganhar, sem sombra de dúvida.

Este deve ser um dos mais esperados jogos de todos os tempos. Federer era imbatível neste tipo de piso, mas Rafael Nadal evoluiu muito na grama e deve dar muita dor de cabeça ao suíço, seu freguês histórico. Um jogo imperdível.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Dia difícil

Hoje está complicado escrever. Estou chateado porque o Fluminense desistiu de ser campeão após marcar o terceiro gol contra a LDU. Então resolvi comentar sobre o excelente livro "Economia Sem Truques", que terminei de ler nesta semana. Mas aí lembrei do comentário do Gilberto Dimenstein anteontem na CBN. Ele dizia que, pasmem, a nova lei seca do trânsito irá "aumentar" o número de empregos em São Paulo. Ele desprezou as quedas de até 40% no movimento dos estabelecimentos para dizer que motoristas estão sendo contratados ! Este país não merece um livro tão bom de economia...

O melhor é parar de divagar e trabalhar...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Exageros da lei seca

Publico, na íntegra, o texto de Luiz Flávio Gomes sobre a lei seca no trânsito. O blog concorda integralmente com a opinião do jurista.


Lei seca: exageros, equívocos e abusos

LUIZ FLÁVIO GOMES

A TRAGÉDIA gerada no Brasil pelos acidentes de trânsito está devidamente quantificada: cerca de 35 mil mortes por ano, 400 mil feridos, 1,5 milhão de acidentes e R$ 22 bilhões por ano só para cobrir gastos com desastres em estradas federais. Política de tolerância zero: eis a bandeira da lei 11.705/08, marcada por exageros, equívocos e abusos.
Primeiro, a quantidade ínfima de álcool no sangue deve ser desconsiderada. Uma pessoa chegou a ser flagrada após ter ingerido dois bombons com licor. É um exagero. Por mais que se queira evitar tantas mortes no trânsito, não pode nunca a administração pública atuar sem razoabilidade. Quem usa um anti-séptico bucal não pode sofrer nenhum tipo de sanção. A infração administrativa do artigo 165 exige estar sob influência do álcool ou outra substância psicoativa. Nem toda quantidade de álcool no sangue é suficiente para configurar a infração administrativa do artigo 165.
O parágrafo único do novo artigo 276 diz: "Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de tolerância para casos específicos". Nesse caso, o sujeito deve ser liberado e o carro também. Não se aplica multa e não se fala em prisão. Não é necessário que uma terceira pessoa venha a conduzir o veículo.
Outro grave equívoco a ser evitado consiste em prender em flagrante o sujeito sempre que esteja dirigindo com seis decigramas ou mais de álcool por litro de sangue -o equivalente a dois copos de cerveja. A existência do crime do artigo 306 pressupõe não só o estar bêbado mas também o dirigir anormalmente, ou seja, a soma de condutor anormal (bêbado) e condução anormal (que coloca em risco concreto a segurança viária).
Não há crime sem condução anormal. Não se pode nunca confundir a infração administrativa com a penal -aquela pode ter por fundamento o perigo abstrato; esta, jamais. O direito penal atual é dotado de uma série de garantias, como a ofensividade, que consiste em exigir, em todo crime, uma ofensa concreta ao bem jurídico protegido. Constitui grave equívoco interpretar a lei seca "secamente". A prisão em flagrante de quem dirige normalmente é um abuso patente, que deve ser corrigido pelos juízes.
Em síntese, quem está bêbado (com qualquer quantidade de álcool no sangue), mas não chega a perturbar a segurança, não está cometendo crime. Logo, não pode ser preso em flagrante. O agente, nesse caso, sofre as conseqüências administrativas do artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), como multa e suspensão da habilitação, mas não pode ser preso em flagrante, não há que falar em fiança etc. Claro que o carro fica apreendido até que um terceiro, sóbrio, o conduza. Mas nem sequer é o caso de ir à Delegacia de Polícia.
A prova da embriaguez se faz por meio de exame de sangue ou bafômetro ou exame clínico. A premissa básica é a seguinte: ninguém está obrigado a fazer prova contra si mesmo. O sujeito não está obrigado a ceder seu corpo ou parte dele para fazer prova, ou seja, não está obrigado a ceder sangue ou a soprar o bafômetro. Havendo recusa, resta o exame clínico, feito em geral nos Institutos Médico Legais.
O motorista surpreendido, como se vê, pode recusar o exame de sangue e o bafômetro. Porém, não pode recusar o exame clínico. E se houver recusa desse exame? Alguns delegados falam de prisão em flagrante por desobediência. Isso é equivocado. Não é isso o que diz o novo parágrafo 3º do artigo 277 do CTB. O correto não é falar em desobediência, mas nas sanções administrativas do artigo 165, e somente quando houver recusa ao exame clínico. A recusa do exame de sangue e do bafômetro não pode sujeitar o motorista a nenhuma sanção, porque ele conta com o direito constitucional de não se auto-incriminar.
Além disso, a fiscalização intensa nos últimos dias comprovou que ela é que é fundamental na prevenção de acidentes. É um equívoco imaginar que leis mais duras são suficientes. A fiscalização é que é decisiva, ao lado da educação, conscientização, engenharia e punição.
O legislador adotou a política da tolerância zero, mas ainda há graves falhas na legislação brasileira, que não conta, por exemplo, com o delito de condução homicida, que consiste em dirigir veículo com temeridade manifesta e total menosprezo à vida alheia.
Há muito ainda que fazer para aprimorar a legislação brasileira. Temos que declarar "guerra" contra as 35 mil mortes por ano no trânsito. Porém, tudo tem que ser feito sem exageros nem abusos. Não queremos viver perigosamente nas ruas e estradas brasileiras, mas também não estamos dispostos a suportar os excessos do poder público, que só pode atuar legitimamente dentro da razoabilidade.

terça-feira, 1 de julho de 2008

segunda-feira, 30 de junho de 2008

The Happening

Ty Burr, do Boston Globe, sobre o último filme do M. Night Shyamalan (Fim dos Tempos):

"You feel like you're not watching the end of the world but the end of a career."

Desafio Musical 3 - Head On

Um clássico do rock'n'roll dos anos 80-90.






Discover Pixies!

Guimarães Rosa, 100 anos

Já saiu aqui e aqui, mas nunca é demais repetir frases de "Grande Sertão: Veredas" :

"O senhor sabe o que o silêncio é ? É a gente mesmo, demais."

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Ah, a crítica

Quem disse que não podemos criticar o New York Times ? Um tal de Ben Ratliff disse que o show do João Gilberto desta semana foi "uma profunda fusão de pop e folk". Folk ?!??? E que ele cantou "como um vocalista de reggae de raiz". Meu Deus ! Reggae de raiz ??!??

Depois dizem que eu é que bebo. Queria que esse crítico soprasse no bafômetro.

Nova acusação

Segundo a coluna da Mônica Bergamo de hoje, o presidente Lula recebeu uma nova acusação. E já está negando tudo, liso como um sabonete. A primeira dama Marisa Letícia o acusa de tê-la derrubado da cama, causando sua fratura de clavícula. Mas o presidente diz que não foi ele, não. E que só pode ter sido culpa da cadelinha de estimação que dormia entre eles...

Nem lá !

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Remédio certo, dose errada

Muita gente está sendo presa no país depois que entrou em vigor a lei da tolerância zero com a bebida no trânsito. A lei irá punir com prisão quem estiver com mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue. E suspenderá a carteira e dará multa de 955 reais para quem estiver abaixo disso. Acho que acertaram no remédio, mas erraram na dose. Teremos o limite de países árabes. Locais mais civilizados possuem uma tolerância maior ao álcool nas estradas. A diferença está na qualidade da fiscalização. No Canadá ou EUA, eu poderia tomar 3 latas de cerveja e dirigir sem sequer ser multado. Aqui, seria preso ! Há algo errado aí... Mas parece que há uma lei complementar pendente para determinar alguns valores e resolver a questão do sagu e do bombom com licôr.


Em outros países
País - Tolerância (g/l)

EUA - 0,8 (cada estado pode ter valores diferentes)
Canadá - 0,8
Japão - 0,15
México - 0,8
Austrália - 0,5
Argentina - 0,5
Arábia Saudita - zero
Emirados Árabes - zero
Malásia - zero

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Uma molécula de bom senso, por favor

De agora em diante, você não poderá mais comer sagu e depois dirigir. Também não poderá comer um bombom de chocolate com rum, ou comer um frango ao molho de cerveja, se quiser dirigir depois. Porque QUALQUER teor de álcool no sangue será punido com suspensão da carteira de motorista e multa acima de 900 reais. A lei é ridícula porque no mundo todo as leis definem um nível aceitável de álcool no sangue para permitir que você coma seu bombom... Há inúmeras situações no seu dia a dia em que uma molécula de álcool entrará no seu corpo e então você se tornará um motorista desobediente às leis.

Espero que o debate sobre o assunto aumente e possamos saber quanto tempo levamos para eliminar todas as moléculas de álcool de um chope ou lata de cerveja tomados no dia anterior. Ou estaremos proibidos de tomar nossa latinha no sofá de casa ?

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Duelo Musical 2 - Almost Like Being in Love

Jogão, hein ? Um clássico dos bons tempos:



Discover Nat King Cole!




Discover Frank Sinatra!

A Era Dunga

Ué, o Paraguai não era o bicho-papão das Eliminatórias ? Por que caiu de quatro ontem para a Bolívia, até então lanterna do certame ? Três volantes, Dunga ?

Aliás, quando é que o Brasil irá marcar o próximo gol na competição ?

Duelo Musical 1 - I Will Survive

A maioria dos blogs costuma ter uma série. Como não poderia ser diferente, este blog também quer ter uma. Pois bem, é com prazer que anunciamos a série "Duelos Musicais", que irá confrontar versões de clássicos da música mundial.

Começaremos com a má afamada "I Will Survive" da Gloria Gaynor, em duas versões menos "coloridas", uma da banda Cake e outra das Puppini Sisters. Qual você prefere, caro leitor ?


Discover CAKE!


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Globo e o futebol

Parece piada de mau gosto, mas a Globo decidiu que não irá mostrar a final da Libertadores para o estado de São Paulo. Quem mora em Campinas, por exemplo, terá que ver um jogo comum do Corinthians pela segunda divisão.

Minha sorte é ter a Sportv. E minha vontade é que a Globo afunde no Ibope...

terça-feira, 17 de junho de 2008

Campinas, o túmulo do cinema

Em Campinas, as pessoas não só atendem o celular dentro do cinema como fazem as ligações. Também vão para as salas de projeção para colocar os assuntos em dia com as amigas. Em Campinas, as pessoas continuam entrando na sala mesmo depois de 20 minutos de projeção e atrapalhando sua visão da tela.

Mas ontem fui com minha esposa no cinema e senti o poder inovador da sociedade campineira. Havia um cara tirando fotos (com flash!) dos seus amigos depois de iniciado o filme. E alguém levou o filho de 2 anos para assistir (e comentar, claro) um filme com cenas de suicídio em massa, com corpos sendo despedaçados por leões famintos e cortadores de grama.

Não há um lugar para o cinema assim no mundo...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

O efeito Gattaca

Em 1997, deixei de assistir ao filme "Gattaca". Um crítico da Folha de São Paulo criticou o filme com veemência. Pouco experiente, me deixei influenciar pela crítica. Até que, alguns anos depois, vi o filme acidentalmente e o achei excelente. Foi um marco na minha relação com a crítica, que eu considerava irrepreensível naquele momento da minha vida.

Comento isso devido ao texto do Thiago Ney na Folha do dia 13 de junho. Ele critica o CD de um cara que eu nunca havia ouvido falar: Sam Sparro. Só que as músicas do cara são boas. Estou ouvindo agora, enquanto escrevo esse post. Outro dia, outro crítico da Folha chamado Leandro Fortino detonou o disco mais recente dos Beastie Boys, que também achei bem interessante.

A mensagem é a seguinte, caro(a) leitor(a): veja você mesmo as coisas e as avalie do seu jeito. Você vai evitar muitos desgostos. O crítico pode lhe dar uma sugestão, mas não o leve muito a sério.

OBS: É claro que, quando as críticas negativas são muitas, há algo errado no reino da Dinamarca.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

terça-feira, 10 de junho de 2008

Filosofia e sociologia. De novo ?


Vou repetir o tema do post anterior. Depois das tentativas de controlar a imprensa e o cinema, o governo parece que deu um passo adiante na sua cruzada contra o livre arbítrio. O texto de hoje do Nélson Ascher na Folha de São Paulo é perfeito:

Doutrinação Barata - Nélson Ascher

DISCUTÍAMOS DOSTOIÉVSKI . Ocorreu-me mencionar um personagem aparentemente secundário, mas de fato importante, de "Crime e Castigo" cuja trajetória no romance me parecia uma de suas melhores criações ficcionais. Lembrava seu papel, como aparecera na trama, o que fizera, que fim levara. Só que, na hora de dizer-lhe o nome, ele não me vinha à mente. Por nada neste mundo. Ninguém mais o recordava e, para piorar a situação, estávamos todos passando férias (pela última vez na minha vida, juro) num lugar remoto, sem bibliotecas nem telefones.
Forcei a memória, arrolando nomes em ordem alfabética. Nada. Evoquei na imaginação cada episódio relevante do romance e até cenas de um filme russo sobre ele cujos atores tinham os mais adequados "physiques du rôle" possíveis (o sujeito era um russo maciço, corpulento sem ser gordo, de meia-idade e da alta classe média), igualmente sem resultado.
Reconstruí na cabeça os lugares e horas em que li o livro, o que havia ao redor, como me sentia, o que conversei com amigos a respeito. Ainda assim, demorou dois dias para que, de súbito, seu nome me viesse como que por milagre: Svidrigailov.
Li "Crime e Castigo" no verão entre o fim do segundo colegial (segundo ano do segundo grau) e o começo do terceiro. É claro que o escritor russo me marcou profundamente e guardo recordações vívidas de seus livros bem como dos contextos de minhas leituras. Essa era, no entanto, uma época na qual minha memória funcionava bem e as lembranças que ficaram estendem-se não apenas a outras obras, como também a outras áreas.
Eu cursava então um dos melhores colégios de São Paulo. O ano seguinte era o do vestibular e pelo menos metade de minha classe entrou numa das três melhores escolas de medicina, enquanto os demais ingressaram em bons cursos de odontologia, biologia, administração etc. Se isso não depõe necessariamente a favor de nossa inteligência, decerto prova que a escola sabia maximizar nossa capacidade de memorizar as informações necessárias para atingirmos as metas propostas.
Mesmo assim, do grosso do que aprendi lá, não resta nenhum vestígio em meus neurônios. E me refiro não a disciplinas vagas, dependentes de interpretação, mas às rigorosas e/ou factuais: trigonometria e geometria analítica, ótica e química orgânica.
O que aconteceu? Meu cérebro deve tê-las guardado num arquivo provisório. Tão logo sua utilidade terminou, os arquivos, ao contrário daquele que continha "Crime e Castigo" (se bem que com a falha, que tive de reparar, no caso Svidrigailov), foram "deletados".
Por sorte não estudávamos literatura estrangeira, senão Dostoiévski teria provavelmente tido o mesmo destino. Caso tivéssemos, como se tornou há pouco obrigatório para o ensino médio, cursos de filosofia e sociologia, o que sucederia com suas lições?
Cada qual de nós preserva em si aquilo que o atrai, emociona, interessa. Professores e pais podem nos obrigar a decorarmos tais ou quais informações por razões pragmáticas. Estas, porém, literalmente não "colam", ou seja, não se aderem a nada no interior de nossa consciência ou do nosso subconsciente (se é que isso existe). Respostas que antecedam as perguntas são piores que inúteis, pois elas acabam ocupando um lugar que, tornado ermo, não enseja mais que brotem naturalmente certas indagações.
Para que, num país que mal ensina (e ensina mal) coisas fundamentais como matemática, escrita e leitura, acrescentar essa sobrecarga que, além de inútil e irrelevante, nem as escolas privadas e muito menos as públicas terão condições de ensinar decentemente? Onde é que vão se recrutar bons professores de filosofia e sociologia?
Naturalmente essas disciplinas não serão minimamente bem ensinadas e todo mundo sabe disso. Não há quadros, não há tempo, não há verbas e, sobretudo, não há nem haverá interesse algum por parte das vítimas potenciais, os alunos.
A resposta se torna evidente quando ouvimos autoridades e os interessados confessando, sem querer, seu objetivo real. Eles falam em encorajar a visão ou pensamento crítico. Essa expressão nojenta oculta, ou melhor, revela o ápice da arrogância: nossa maneira de pensar, que chamamos mentirosamente de "crítica", é a certa, a única certa.
Como hoje controlamos a lei, nós a usaremos para impor nossos dogmas aos adolescentes, impedindo-os de pensarem por conta própria. Para que perder tempo com tentativa e erro se já temos todas as respostas? Enfim, sociologia e filosofia no ensino médio são apenas eufemismos. Seu nome verdadeiro é doutrinação barata.