O governo Lula fez o que já se esperava. Atendeu aos interesses de uma das empresas que mais doaram recursos para a campanha presidencial de 2006, a Andrade Gutierrez, e criou um virtual oligopólio nos serviços de telefonia em todos os Estados do país, com exceção de São Paulo.
Não foi fácil. Muita "vontade política", para falar como o presidente, se fez necessária para impor aos consumidores brasileiros a compra da operadora Brasil Telecom pela Oi, que tem a Andrade Gutierrez como uma de suas principais controladoras.
Havia a lei. Foi alterada. Era preciso dinheiro público. Foi concedido. Surgiram focos de resistência entre os membros da agência que regula o setor, a Anatel. Nomeou-se uma personalidade sem experiência na área para aprovar a fusão. O Tribunal de Contas da União estranhou o negócio. Opiniões foram mudadas -em questão de 24 horas.
Os interessados tinham pressa. Se a compra não fosse aprovada até hoje, a Oi teria de pagar uma multa contratual de R$ 490 milhões à Brasil Telecom. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, resolveu então levar ao pé da letra as suas atribuições. Comunicou-se. E foi assim que, depois de uma conversa com o ministro do TCU que resistia à operação, dificuldades de última hora foram superadas.
A Oi se livrou assim do incômodo de pagar R$ 490 milhões e pode celebrar o que, mesmo a olho nu, parece ter constituído um excelente negócio.
Já o contribuinte brasileiro não recebe maiores satisfações pelo fato de que muito mais dinheiro foi injetado pelo BNDES e pelo Banco do Brasil para possibilitar a transação. Do BNDES vieram R$ 2,6 bilhões. Do Banco do Brasil, R$ 4,3 bilhões. Fundos de pensão de estatais também foram convocados a participar da transação, cujo valor total se estima em R$ 12,5 bilhões.
Isso tudo ocorre num momento de aguda necessidade de crédito nos mais variados setores produtivos. O novo conglomerado não criará novos empregos, pelo que consta. Ao contrário, nessa área, tudo se resume a seu compromisso de não realizar demissões até abril de 2011.
Qual a justificativa do governo Lula para se envolver escancaradamente no negócio? Argumentou-se que, num mercado onde predominam empresas estrangeiras, seria estratégica a presença de uma grande operadora nacional de telecomunicações.
Todavia, uma surpresa estava reservada para esse último capítulo. Descobre-se agora que não existem mais impedimentos a que a nova empresa seja vendida a grupos estrangeiros.
Fecha-se, assim, o ciclo de uma espetacular sucessão de casuísmos, acomodações de interesses e jogadas clandestinas -na qual, diga-se de passagem, também a oposição parlamentar participou, quando chamada a intervir.
O negócio está feito. Apesar da complexidade dos detalhes, não é difícil resumi-lo ao essencial. É um caso de compra e venda. Nada mais que isso.
domingo, 21 de dezembro de 2008
Oi e Brasil Telecom, um editorial
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Sapatos de destruição em massa
E você ainda pode praticar aqui.
domingo, 14 de dezembro de 2008
O jornalismo desagregador
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Moratória
Era um fato previsível. Assim como o picareta da Bolívia, ele também é um seguidor do picareta da Venezuela. E a conversinha desta turma é sempre a mesma: o povo não irá pagar os países ricos com sua fome, etc.
E há muitos picaretas no nosso governo defendendo essa tropa aí...
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Propagandas antigas esquisitas
sábado, 6 de dezembro de 2008
Chopp e bolinho de bacalhau em Campinas
Durante minha (breve) estadia de 5 anos em Campinas, visitei cerca de 13.125 choperias (ou perto disso). E todo ano o Giovannetti vence na categoria de melhor chopp da cidade. Meu problema é que eu evitava ir ao Giovannetti pioneiro, aquele localizado no Largo do Rosário. Frequentei os demais com grande assiduidade, e aquele chopezinho sem vergonha da Schincariol jamais poderia ser considerado como melhor chopp.
O problema é que constatei empiricamente que o chopp do Giovannetti do Largo do Rosário é o melhor da cidade, sem dúvida alguma. E por isso gostaria de me retratar, ainda que ache que nenhuma modelo deveria ser consultada para escolher a melhor choperia de lugar algum nesse mundo.
A propósito: provavelmente o bolinho de bacalhau desta unidade é o melhor que já comi. Falam muito do bolinho do City Bar, mas achei o do Giovannetti melhor. Meu favorito era o do Siri (Rio de Janeiro), mas hoje percebi que o bolinho de bacalhau do Giovannetti do Largo do Rosário é uma verdadeira
Um cavalo de Tróia nas leis brasileiras
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Plágio ?
Discover Joe Satriani!
Agora, a música do Coldplay:
Interessante é a faixa a seguir. Algum engraçadinho fez um "mashup" e combinou as duas música em uma só:
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Conselho de Ética ?
Fernando Melo (PT-AC), Leonardo Monteiro (PT-MG), Sandes Júnior (PP-GO), Wladimir Costa (PMDB-PA), Efraim Filho (DEM-PB), Dagoberto (PDT-MS), Abelardo Camarinha (PSB-SP), José Carlos Araújo (PR-BA), Marcelo Ortiz (PV-SP) e Rômulo Gouveia (PSDB-PB).
Tenho certeza que você chegará a uma conclusão correta.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Desafio Musical 6 - Route 66
Desafio Musical 5 - Close To You
Meteoro
São imagens obtidas pela câmera de um carro da polícia de Edmonton, Canadá. Registram a queda de um meteoro no local. Impressionante...
A batalha das MPs
"o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguirá ultrapassar o número de MPs de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, de 365. Até agora, já expediu 344 MPs e ainda tem mais dois anos de governo".
É isto aí, leitor. O placar indica 365 x 344. FHC editou uma média de 45,6 medidas provisórias por ano. Lula editou 57,3 medidas provisórias por ano, mas isso não é o pior. Pior é saber que existem MPs como a "MP da Pilantropia", que perdoa dívidas de até 2 bilhões de reais de entidades suspeitas de filantropia. Assustador.
Educação e ideologia
Medalha, medalha !
Medalhas na Fórmula 1 ? Esta é a idéia de Bernie Ecclestone. Os pilotos lutariam por medalhas de ouro, prata e bronze nas corridas. O campeão da temporada seria quem ficasse em primeiro no quadro de medalhas.
O objetivo é incentivar as ultrapassagens. Hoje, um piloto que está em segundo lugar dificilmente arrisca uma ultrapassagem para vencer uma corrida.
O mais curioso é que o atual regulamento (esdrúxulo) foi criado para penalizar o piloto Michael Schumacher, que vencia quase todas as corridas que disputava e era campeão quase na metade da temporada. A solução foi diminuir a diferença da pontuação entre primeiro e segundo para 2 pontos (antes eram 4).
E assim a coisa vai... Quando um novo Schumacher aparecer, e começar a vencer uma prova atrás da outra, irão mexer no regulamente novamente e incluir pontuação no lugar das medalhas.
Tragédia
Atualização: como não falta tragédia no mundo, já há um novo post do Marcos Guterman sobre a Índia.
O herói
Apesar de ambos terem a mesma opinião sobre o "herói"... Talvez a melhor opinião seja mesmo a do Tutty Vasques.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Horário de verão e o consumo energético
O mundo é mais complexo do que se pensa.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Que time, hein ?
Zubizarreta; Daniel Alves, Puyol, Migueli e Sergi; Guardiola, Cruyff, Maradona e Ronaldinho Gaúcho; Messi e Romário.
A seleção me parece justa. Fiquei até com dúvida entre Messi e Ronaldo, mas há uma tendência a se valorizar as coisas mais recentes. E Romário foi o melhor jogador que já vi jogar.
domingo, 23 de novembro de 2008
Jânio de Freitas nunca viu nada igual
Tudo isso para comentar a coluna do Jânio de Freitas de hoje só para assinantes:
"Fusão de teles é a transação mais inescrupulosa de que me lembro."
Eu também não me lembro de nada parecido.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Garibaldi e as MPs
Uma medida provisória deveria tratar de assuntos urgentes ao país. Lula achou que perdoar todas as entidades filantrópicas com irregularidades fosse urgente. Sua urgência não é a mesma do país. Garibaldi Alves rejeitou essa barbaridade.
Quem sabe este ato ajude a corrigir essa aberração chamada medida provisória.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Coringa, o mensageiro do povo
sábado, 8 de novembro de 2008
A vitória de Obama
Em 1938, Billie Holiday, cantora negra americana, não era admitida nos hotéis que hospedavam seus colegas da orquestra branca de Artie Shaw. O liberal Shaw armava um bode na recepção e, se Billie não pudesse ficar com eles, marchavam todos para fora da espelunca e da cidade.
Na década de 40, Duke Ellington, já tido como um dos homens mais elegantes da América, também só podia hospedar-se com sua orquestra nos guetos das cidades em que se apresentavam. Outra cantora negra, Lena Horne, era um grande nome da MGM, mas, de tão perigosamente linda, sua parte nos filmes limitava-se a um número musical -que pudesse ser cortado nos Estados racistas, sem prejuízo da trama.
Em 1956, o programa semanal de Nat "King" Cole na TV americana nunca atraiu um patrocinador nacional, e a NBC só o manteve no ar durante 64 semanas porque astros como Frank Sinatra, Peggy Lee e Tony Bennett ofereciam-se para cantar nele quase de graça. Os empresários temiam que seus produtos fossem boicotados se patrocinassem o programa de um negro.
Nessa época, um hotel de Las Vegas mandou esvaziar e lavar a piscina em que a estrela de sua boate, a maravilhosa Dorothy Dandridge, nadara naquele dia. Dorothy não tinha quem a defendesse da ofensa, porque seu namorado branco, o cineasta Otto Preminger, não a assumia publicamente.
Em 1960, ao lado de Sinatra e Dean Martin, Sammy Davis Jr. trabalhou duro na campanha de John Kennedy à Presidência. Com Kennedy eleito, Sammy Davis foi "desconvidado" para a festa de posse na Casa Branca por estar namorando uma das mulheres mais desejadas do país, a louríssima Kim Novak.
Daí que, para os americanos, a presença de Barack Obama e sua família na Casa Branca é -como se diz mesmo?- emblemática.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Pizzas e mais pizzas...
Assinantes frustrados da Folha de SP podem ler aqui e aqui. Os não assinantes frustrados não lerão e sofrerão menos. Petistas podem festejar com a dança da pizza.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Democrata ou Republicano ?
Este que vos fala foi considerado um "independente que costuma votar nos democratas".
10 anos depois
Agora ele volta a mesma festa, dez anos depois, e comenta sobre o incidente:
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Eleição no Rio
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Argentina aqui ?
Já que a estatal do pré-sal não emplacou – pelo menos por enquanto –, o governo Lula está expandindo o cabide em outra direção. O que não pode é faltar dinheiro e emprego para a companheirada.
A medida provisória que dá poderes ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica de adquirir (estatizar) instituições financeiras privadas é totalmente coerente. Afinal, como se sabe, o BB e a CEF foram eleitos pelo PT como as centrais da boquinha. Ali mamou alegremente o valerioduto, com sua generosa distribuição de dividendos aos correligionários.
O Banco do Brasil e a Caixa, recentemente capitalizados com dinheiro do contribuinte, poderão usar esse dinheiro para agigantar ainda mais sua estrutura – para caber mais diretores daqueles que se metem com dossiês e ficam amigos dos Delúbios.
É de fato tranqüilizador, num momento de crise, ver o governo tomando esse tipo de providência. Já que o dinheiro vai sumir, pelo menos que suma por um ralo testado e aprovado.
Na Argentina, a festa não fica atrás. O casal Kirchner acaba de decidir seqüestrar cerca de 30 bilhões de dólares da poupança previdenciária dos argentinos. Lá, a crise também é o pretexto para a estatização na marra.
Assim como os brasileiros, os argentinos devem estar tranqüilos, porque de calote os Kirchner entendem.
E uma onda nostálgica invadiu Brasília. Uma longa entrevista coletiva do ministro da Fazenda, numa espécie de varejão de explicações prolixas, deu saudades da Zélia. Ao fundo, a bolsa despencando mais de 10% e o dólar disparando davam a certeza de que o momento é inesquecível.
Mas isso é só o começo. A esquerda bolivariana vem com tudo para se vingar do neoliberalismo. Segurem firme suas carteiras.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Clássicos ?
Pró-Tudo
O Vinicius Torres Freire comenta na Folha de hoje:
A CEF, além de ser todinha da União, ainda foi autorizada a criar um banco de investimentos, que pode comprar "participações" (parte ou o controle de empresas), entre outras operações típicas do setor. Se não for inócua, a CEF-Par" tem toda a cara de que será o bancão sombra da crise brasileira, o que vai engolir companhias podres, mas sem prestar contas claras (é um banco) e tendo o dinheiro público como o garantidor último de negócios ruins ou de negócios com amigos quebrados.É um cheque em branco para o governo fazer novas festas como a da Brasil Telecom / Oi.
Em suma, se a CEF fizer mau negócio, a conta cai no Tesouro Nacional. (...) Os acionistas ou donos das firmas que fizeram maus negócios ficam com a empresa e com o subsídio público. Impedir que a empresa quebre é bom para os funcionários e para o país? Ok. Mas por que é preciso haver subsídio para o proprietário?
O PT fez aquela chacrinha com o Proer, o programa federal de cobertura de rombos dos bancos privados, criado no governo FHC. Mas o Proer, ainda com algumas obscuridades, parece muito mais claro do que o Pró-Tudo de Lula.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Dengue
Cerca de 5.000 pneus velhos recolhidos pela Prefeitura de Campo Grande (MS), em campanha contra a dengue, estão alojados há 20 dias a céu aberto e se tornaram potenciais focos de reprodução do mosquito Aedes Aegypti. Os pneus estão no pátio de um espaço público que inclui quadra de esportes e uma escola, no bairro Vila Popular. Com as chuvas, ficaram cheios de água.
Os moradores do bairro temem que a campanha de prevenção resulte agora em um grande criadouro do mosquito. Nos primeiros três meses de 2007, período em que foi considerada a "capital da dengue" no país, Campo Grande teve mais de 44 mil casos notificados.
O coordenador da campanha de recolhimento dos pneus, Marcos Vinicius Carvalhal, afirma que o material será mantido no local apenas até 5 de novembro. Segundo ele, a preocupação da vizinhança é "bom sinal". Os pneus serão encaminhados a uma empresa de reciclagem.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
No escritório
Fonte: Folha de São Paulo (21/10/2008)
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Indecente
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Perdeu !
Sua conta da Brasil Telecom vai subir e o serviço vai piorar. Ética é isso aí...
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Errata: horário
Gravataí é Kassab
É possível aprender muita coisa neste post do Imprensa Marrom. Sua visão sobre Marta, Kassab, direita e esquerda certamente mudará um pouquinho.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
O tiro no pé de Marta Suplicy
Mas também poucas vezes vi uma reação tão grande dos formadores de opinião. Praticamente todos os colunistas e blogueiros de todo o espectro ideológico condenaram violentamente o anúncio. Até mesmo o Idélber Avelar (*) e o Luís Nassif (**) !!!!!!!!! E as cartas nos jornais e revistas mostram que mesmo a população mansinha se revoltou.
Mas Gilberto Carvalho quer mais...
Mais aqui e aqui.
(*) com as ressalvas de sempre, claro !
(**) com mais ressalvas do que o Idélber. Impressionante... Ah, o Mino Carta está a favor da Marta e o Paulo Henrique Amorim disse que a culpa é do Serra. Desculpe se embrulhei seu estômago, caro leitor.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Lambança
Crise é uma coisa, lambança é outra
AS CRISES econômicas são ruins em si. Adicionar à sua discussão uma opção preferencial da ignorância é covardia. Teorias como a "marola" de Nosso Guia e a "pequenininha gripe" de Dilma Rousseff ofendem a inteligência alheia. O mesmo sucede quando o governo diz que pretende aliviar "bancos pequenos". Não existe "banco pequeno". Há bancos solventes e insolventes, como se o adjetivo "pequeno" inspirasse sentimentos misericordiosos capazes de aprovar a criação de um Bolsa Banca.
É o bilionário Warren Buffett (US$ 50 bilhões de patrimônio) quem ensina: "Quando a maré baixa é que você vê quem estava nadando nu". Em matéria de sabedoria, é sempre bom lembrar o que dizia o professor Mário Henrique Simonsen: "O problema mais difícil do mundo, se for corretamente enunciado, um dia poderá ser resolvido. Já o problema mais fácil, ao ser mal apresentado, é irremediavelmente insolúvel".
Quando Nosso Guia diz que a Aracruz e a Sadia perderam dinheiro porque "estavam especulando contra a moeda brasileira", o problema agrava-se, por mal enunciado. Primeiro, elas não estavam especulando. São duas grandes empresas exportadoras, uma de celulose e a outra, de alimentos. É legítimo e até mesmo razoável que protejam suas operações de câmbio. Resguardaram-se supondo que o dólar não passaria de um determinado teto (talvez R$ 1,80) e perderam. A Aracruz tomou um tiro de R$ 1,95 bilhão e a Sadia perdeu pelo menos R$ 760 milhões.
Admita-se que essas operações fossem especulativas. Mesmo assim, e aí é que o problema se agrava, elas estariam especulando a favor do real forte, sobrevalorizado, com o dólar a R$ 1,50. Quando o presidente de uma República mistura as coisas de forma tão primitiva, o problema de um país é bem maior do que os R$ 2,7 bilhões perdidos pelas duas empresas.
A duas, e sabe-se lá quantas outras, estavam nadando sem roupa. A Aracruz já informou que "contratou assessoria especializada para a realização de auditoria específica" para "verificar se foram observadas suas políticas internas". No caso da Sadia, as repórteres Stela Campos, Alda do Amaral Rocha e Ana Paula Ragazzi já revelaram que a diretoria financeira da empresa estava ligada diretamente ao Conselho de Administração, presidido por Walter Fontana, da família do fundador da empresa. Se uma lanchonete de rodoviária tiver um caixa que responde a um parente do dono e não presta contas ao gerente, ninguém precisará pensar muito para intuir o que se passa atrás do balcão.
Felizmente, tanto a Aracruz como a Sadia têm ações cotadas na Bolsa de Nova York e estão obrigadas a respeitar normas básicas de governança. Em 2006, a Sadia tentou comprar um dos seus maiores concorrentes, a Perdigão. Meses depois o ex-diretor financeiro da Sadia negociou um acordo com a Securities and Exchange Commission, que fiscaliza a Bolsa americana e pagou US$ 135 mil para encerrar um processo por manipulação de informações privilegiadas.
Casos como esses derivam da crise apenas no sentido da baixa da maré, ou da vigilância dos mecanismos reguladores dos Estados Unidos. Haverá outros. O pior que poderá acontecer à credibilidade da economia brasileira será o acobertamento de malfeitorias varrendo-as para baixo do auriverde pendão da esperança.
Zé e os escravos
"A escravidão caduca, mas ainda não morreu; ainda se prendem a ela graves interesses de um povo. É quanto basta para merecer o respeito."
Naquela época, esta defesa não era tão grosseira como é hoje. De qualquer modo, os livros de história trataram de esconder o assunto, como relata reportagem da Folha de hoje (para assinantes).
A editora Hedras está lançando o livro "Cartas a Favor da Escravidão" (160 pags) com o conteúdo das 7 cartas enviadas ao imperador, inéditas há 140 anos.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
E o domicílio eleitoral ?
Eu já achava que nada mais iria me surpreender, até ler essa notícia aqui.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Cuca
Por que não experimentar o 4-4-2 em pelo menos um jogo ? Só um ! Ele já tentou o 3-6-1, o 3-5-2 e o 4-3-3. Que tal deixar o Júnior César atacar ? Ele foi o destaque na Libertadores deste ano. Todas as jogadas de ataque saíam dos seus pés. Mas Cuca quer que ele fique atrás, só defendendo.
O Fluminense contratou o atacante Evérton Santos no futebol europeu. Depois de ser escalado algumas vezes no meio de campo (?!!), foi encostado pelo treinador. Sem jogar no ataque !!! E estamos vendo o time jogar com os juniores Maicon, Allan, etc.
Cuca recebeu muitas críticas no Santos. Foi questionado por dirigentes, torcida e os próprios jogadores, que costumam ser diplomáticos na saída de um técnico. Mas o que tem feito no Fluminense parece confirmar as críticas recebidas anteriormente.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
A farra do Pan
O relatório do Tribunal de Contas da União sobre os gastos públicos no Pan-2007, divulgado hoje, é ainda parcial, porque faltam dados não só do Ministério do Esporte como também das diversas estatais que apoiaram o evento.
O Ministério tem 30 dias para apresentar suas contas definitivas e as estatais, 15.
Seja como for, há dados que dão a medida do descalabro cometido com o seu, o meu, o nosso suado dinheirinho.
Sabe quanto custou aos cofres públicos a diária de cada atleta hospedado na Vila Pan-Americana?
A incrível quantia de R$ 1.137, 00 por dia, repita-se, algo muito superior ao que cobram os melhores hotéis cariocas, como, aliás, o relatório faz questão de observar.
Mas há muito mais.
O documento faz referências a gastos "despropositados" e volta a mencionar o escândalo cometido com o sistema de credenciamento, originalmente orçado em R$ 55.000,00 e que chegou à casa, pasme, de nada mais nada menos do que 26,7 milhões de reais.
O cálculo, repita-se, ainda parcial estima em 3,3 bilhões de reais o total de dinheiro público gasto no evento, alguma coisa de assombroso numa competição da terceira divisão internacional e de apenas duas semanas.
Lembremos que, segundo o orçamento inicial, os gastos públicos seriam da ordem de R$ 523,84 milhões.
Há casos ainda como os de materiais importados, dardos, varas de salto e material para o taekwondo, encontrados pelos fiscais do TCU nos depósitos do Comitê Olímpico Brasileiro, que simplesmente não foram usados porque chegaram ao país depois do fim dos Jogos.
Não é mesmo de se tirar o chapéu para Carlos Nuzman e Orlando Silva?
E ainda há gente que defenda a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos no país. Você já terá que pagar a Copa, caro(a) leitor(a). Reze para escaparmos das despesas dos Jogos Olímpicos.
Vexames do Itamaraty
BRAVATAS e plebiscitos tornaram-se lamentável especialidade na culinária política sul-americana, e em geral são servidos ao mesmo tempo. Provém de Rafael Correa, presidente do Equador, a mais recente amostra dessa indigesta mistura.É o mundo de Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia. O próximo passo virá, com certeza, na negociação da energia elétrica com o Paraguai. Aguardem...
Às vésperas do referendo que avaliará seu projeto de "Constituição Socialista", o presidente equatoriano determinou a ocupação militar de canteiros de obras da construtora brasileira Odebrecht, seqüestrou os bens da empresa e proibiu quatro de seus dirigentes, cidadãos brasileiros, de deixarem o país.
O decreto de Correa surge como reação destemperada a um desacordo que processos judiciais e negociações diplomáticas seriam perfeitamente capazes de dirimir. A construtora é acusada de cometer falhas na construção de uma hidrelétrica, em pane desde junho. O governo equatoriano exige indenização. A empresa não se dispõe a concedê-la, alegando que o contrato nada previa nesse sentido.
Um conflito que, sem ser corriqueiro, nada possui de dramático, nem de histórico, é todavia utilizado pelo presidente Correa como pretexto para uma exaltação populista da pior espécie. A atitude imita o que ocorreu no início do governo de Evo Morales, na Bolívia, quando tropas do Exército ocuparam instalações da Petrobras.
A crise com a Bolívia, em 2006, foi contornada pelo Itamaraty, confirmando que as relações entre o Brasil e seus vizinhos se caracterizam, felizmente, sobretudo em termos de parceria comercial e identidade histórica -e não pelo passionalismo insuflado por governantes messiânicos.
Nacionalismo exacerbado e concentração autoritária de poderes têm a característica, que não é de hoje, de exigir governantes hiperativos e gesticulantes. Tenta-se impor, sobre os processos necessariamente lentos de transformação do mundo real, o ritmo imaginário e trepidante das expedições salvadoras, dos reptos irresponsáveis, da simbologia demagógica.
Não é o caso de aceitar que as relações entre Brasil e Equador sigam a pauta de ressentimento e provocação implícita na atitude de Correa.
Surpreende, todavia, a tibieza da reação brasileira ao espetáculo oferecido pelo presidente do Equador. Cassa os direitos constitucionais de quatro cidadãos brasileiros; o Itamaraty nem sequer emite nota imediata de protesto. Ameaça suspender o pagamento da dívida de cerca de US$ 200 milhões, contraída com o BNDES; tudo normal. Decide ocupar militarmente os canteiros de obras da Odebrecht; o ministro Celso Amorim vê nisso um caso de "ações preventivas" do governo equatoriano.
Negociar, e não retaliar, sempre foi a praxe brasileira nos desentendimentos internacionais. Assim deve ser neste caso. Mas não se negocia a partir da leniência e da submissão; e esta, diante da bravata e da tolice, em nenhuma hipótese se justifica.
Intervencionismo econômico
Agora o governo americano teve que fazer o mesmo. Injetou dinheiro público para salvar uns poucos que haviam especulado. A esquerda brasileira agora concorda, pois isso mostra que "o mercado não é essa maravilha e deve sempre haver o controle do Estado" ou "o capitalismo está falhando" (sic, sic, sic, sic).
É um assunto polêmico. Não intervir poderia causar uma pane econômica de grandes proporções. Ou não. Foi um risco que ambos os governos não quiseram correr. Você poderia concordar com as duas intervenções, ou discordar de ambas. Mas um esquerdista sempre vê o mundo do modo que lhe convém.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Pocotó
A Promotoria Eleitoral de SP arquivou uma representação que o funkeiro MC Serginho (aquele da "Egüinha Pocotó") apresentou contra Marco Aurélio de Barros, que concorre a vereador pelo PTB com o nome de Lacraia e visual idêntico ao do dançarino que acompanha o cantor. "Esse nome é meu, é uma marca registrada", diz Serginho. A promotora Patricia Aude considerou que a questão não cabe à Justiça Eleitoral: "Ele não se apropriou de uma figura política. Sósias existem em todo lugar. Esse é um caso de direito de imagem, que deve ser resolvido na esfera cível".Alguém está tentando obter ganho político fingindo ser um travesti dançarino de funk. E com grandes chances de consegui-lo, diga-se de passagem.
Nosso país é uma piada.
O País dos Petralhas
Manter um blog é angustiante. Você lê textos sensacionais como este e se pergunta: para que escrever algo mais sobre o assunto ? Não sobra nada pra gente comentar.
Aliás, o Reinaldo Azevedo lançou seu livro O País dos Petralhas. É uma seleção dos textos publicados em seu blog. É quase impossível acompanhar tudo o que é publicado lá, tamanha a produtividade do jornalista. Todos os posts têm qualidade assombrosa. No livro, você tem a chance de ler o que o próprio Reinaldo escolheu. Imperdível.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Que reste-t-il de nos amour
Um clássico de Charles Trenet na voz de Isabelle Aubret.
Os leitores-militantes
O tema é chato, eu estou publicando pouco, há outros assuntos importantes, etc.
Mas eu não consigo esquecer. Eu fico chocado com a cegueira dos leitores-torcedores-militantes. Depois de tudo isso, o cidadão ainda têm leitores. Pior: esses leitores ainda o defendem com unhas e dentes.
A técnica é comentar livros quando a coisa fica preta. A velha técnica de colocar um vídeo de chorinho quando a coisa esquenta. Mas daqui a pouco ele volta a tocar no assunto, ignorando tudo o que já escreveu.
Melhor é parar com isso e ir procurar outros assuntos. Chega ! País burro !
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Teoria da Conspiração
E aqui tem mais. O Gravataí acha que ninguém mais vai acreditar no cara, mas digite "Biscoito Fino e a Massa" no Google e você achará um crédulo.
Ah, o post original. Se der "página não encontrada", é porque o autor ficou com vergonha e retirou o texto.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Padrão Globo de jornalismo
Falta para o Brasil. A TV exibe aquela circunferência eletrônica, mostrando que a barreira está a mais de 9,15 m. Galvão Bueno diz:
- A barreira está muito próxima ! O árbitro tem que afastar a barreira !
A circunferência continua mostrando que a distância da barreira até supera o permitido pela regra.
- Arnaldo, a barreira está muito próxima. O juiz tem que afastá-la !
- É a inexperiência do árbitro, Galvão.
E a TV continua mostrando a circunferência e a barreira na distância correta. Comenta Falcão:
- Ronaldinho não deve bater a falta. Deve esperar o árbitro arrumar a barreira.
O horror. O horror.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Queimando a língua
O que Federer precisa parar é de dar aquela "caidinha" no final dos torneios e preservar sua imagem...
Ernesto Varela
Talento desperdiçado
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Martaxa e o lixo
Pois leio hoje na Folha que ela está sendo cobrada judicialmente por não pagar o imposto relativo ao seu apartamento nos Jardins.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Campeão mesmo
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Eu tenho isso !
(retirado de um texto do Janer Cristaldo)
domingo, 31 de agosto de 2008
Fórmula Superliga
Será que esperam que a audiência suba só com gente torcendo contra ? Isso deve acontecer em todos os países representados na competição.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Sapatos e sandálias
Já gostei muito do Veríssimo. Lia avidamente seus livros há uns 15 anos. Numa de suas crônicas, Veríssimo dizia que gostava do Miles Davis na época em que ele usava sapatos ao invés de sandálias. Pois eu acho que o PT é a sandália ideológica de Veríssimo, e sinceramente prefiro a época em que ele usava sapatos.
Frase antológica
"A maior diferença entre Bush e Hitler é o fato de que o alemão foi eleito."
terça-feira, 26 de agosto de 2008
João Gilberto
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Ziraldo perdeu
Hoje, com uma taxa de rejeição nas alturas, Ziraldo perdeu a eleição na mesma ABL para o jornalista e crítico musical Luiz Paulo Horta.
A essência deste blog
Então leia com atenção e memorize:
"Campinas tem os piores motoristas do Brasil."
Isso mesmo ! Nenhum post é tão importante quanto este. É o único texto do blog que pode salvar vidas. Ao saber que os motoristas campineiros cruzam 3 faixas da avenida Francisco Glicério para virar à direita, sem uso das setas, posso estar evitando um acidente. Ao informar que alguém provavelmente invadirá a Orozimbo Maia de ré, sem olhar para trás, poderei estar salvando uma vida. Se ler este texto, ninguém mais descerá a Avenida Brasil sem a consciência de poder topar com alguém "ganhando um tempinho" na contramão. Há sempre um carro atravessando a sua frente no trânsito campineiro.
Campinas tem fama por uma de suas características. Injustamente, na minha opinião, já que existem outros lugares com tais características, como Pelotas e San Francisco. Mas não há motoristas ruins no mundo como em Campinas. Dizem que há motoristas piores no Iraque e na China, mas eu só acredito vendo. Campinas deveria ser reconhecida internacionalmente apenas com relação aos seus motoristas.
Então, não se esqueça:
"Campinas tem os piores motoristas do Brasil."
Tyson Gay
Mas tudo isto é pouco. Tyson Gay era um dos favoritos para a final dos 100 metros em Pequim. Sequer se classificou para a final. E hoje acabou com as chances da equipe americana no revezamento dos 4x100, ao derrubar o bastão e desclassificar a equipe. Triste, triste...
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Pateta, por David Lynch
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Legolímpiadas
Contribuição Musical
Moramos no país da piada pronta, né não ?
sábado, 16 de agosto de 2008
Economia Sem Truques
O livro foi classificado como "o Freakonomics brasileiro". Classificação injusta, a meu ver, pois o livro brasileiro é mais didático e melhor organizado. Seu objetivo é ensinar princípios básicos de economia, e o faz de maneira bem agradável e divertida. Freakonomics é um livro cujo objetivo é mostrar que nem sempre a economia se comporta de maneira convencional. Talvez o livro que mais se aproxime de Economia Sem Truques seja O Economista Clandestino, de Tim Harford. Os objetivos parecem mais próximos.
O nosso livro leva clara vantagem sobre este último. Os exemplos são mais próximos do nosso cotidiano, portanto mais fáceis de compreender. O Brasil é o país do populismo e da demagogia, e é um prato feito para quem quer entender o conceito de "economágica" tratado pelo livro.
Economia Sem Truques deveria ser leitura obrigatória no país da meia-entrada, do jeitinho e das leis estúpidas que sacrificam a ousadia dos empreendedores e a maturidade na nossa economia. Por um votinho a mais das massas iletradas...
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
A Petrobrás e o pré-sal
Nos últimos anos, a Petrobrás captou recursos de investidores para novos investimentos, entre eles a pesquisa de novos campos de petróleo. Quem investiu, teve parte de seus ganhos transferidos para que a empresa fizesse estas pesquisas. Agora o "contrato" vai ser rasgado para que o PT desvie recursos para a manutenção do seu poder. E a Petrobrás vai perder seu valor...
E os idiotas que investiram no desenvolvimento da empresa vão bancar os gastos petistas das eleições futuras.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Fim
Pode parecer exagero, mas a derrota de hoje foi emblemática. James Blake havia disputado 22 sets com o suiço até hoje. Havia perdido 21. Tinha vencido apenas um set em anos de disputa.
Hoje venceu dois sets e eliminou Federer dos Jogos Olímpicos de Pequim.
Mas não é só isso. Federer foi eliminado por Ivo Karlovic em Cincinatti. Tinha vencido os 7 confrontos com o gigante croata. Antes, havia sido eliminado por Gilles Simon (?!?), cujo nome ouvi pela primeira vez nesta derrota de Federer.
Com os outros vexames do ano, fica bastante claro a quem o conhece: Federer perdeu a confiança. E não há sinal de que vá recuperá-la nos próximos meses.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
1%
A lei tem um propósito bom e deveria ser apoiada, mas tolerância zero é exagero. E as estatísticas sempre devem ser bem estudadas, porque podem esconder certos eventos que afetam sua análise.
Já dizia Roberto Campos sobre a estatística, quando manipulada: "A estatística é como o biquíni: mostra coisas interessantes mas esconde o essencial".
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Dublagem e fogos 3D
Mas fogos de artifício editados para a TV ? Novidade...
Pequeno Grande Pianista
segunda-feira, 28 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
Que apuro, hein ?
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Diogo Mainardi
Mas o tempo é impiedoso. Você acaba refletindo e entende que as críticas são excelentes. E meses depois os fatos confirmam tudo o que ele escreveu. O caso Daniel Dantas é a comprovação mais recente que seus artigos são imprescindíveis.
Infelizmente o brasileiro prefere o ufanismo à análise crítica dos fatos. Mainardi continuará a ser odiado por aqueles que preferem ignorar a verdade. É uma pena, pois quem lê seus textos sempre consegue uma visão bem mais ampla do mundo.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
No zoológico de Havana
Placa de zoológico - Havana, 1959:
"Não alimente os animais."
Placa de zoológico - Havana, 1979:
"Não pegue os alimentos dos animais."
Placa de zoológico - Havana, 1999:
"Não coma os animais."
terça-feira, 22 de julho de 2008
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Dois pesos, duas medidas
Entenderam ?
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Nassif
O pior é que sempre li suas colunas e o considerava como um grande jornalista. Recentemente enviei uma mensagem para seu blog perguntando o que estava acontecendo e imediatamente fui taxado como mais um do grupo direitista. Ingenuidade minha... Quem acompanha os blogs de política do país sabe o que está acontecendo.
terça-feira, 15 de julho de 2008
Stasi aqui ?
Assim, Eduardo Azeredo imprime seu nome (negativamente) nas páginas da história brasileira. A maioria dos historiadores é petista. Daqui a 50 anos, quando alguém for estudar o mensalão, pensará que tanto o PT quanto o PSDB estiveram envolvidos no mensalão. Não importa que o número de petistas envolvidos cheguem à casa dos milhares. Sempre alguém dirá: "mas tinha tucano também!". O tucano é o Azeredo.
O pior acontecerá se uma Stasi tupiniquim for criada baseada nesta lei. Talvez não haja nem relato sobre o mensalão no futuro.
Um bom texto sobre o assunto pode ser lido no blog do Sílvio Meira. O texto é longo e o Sílvio não coloca maiúsculas no início da frase, mas vale a pena ler.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Daniel Dantas
sábado, 12 de julho de 2008
Uau !
Aqui é luta para nocaute no primeiro round.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Desafio musical 4 - Stardust
Discover Erroll Garner!
Discover Art Tatum!
Diogo Mainardi e Daniel Dantas
http://veja.abril.com.br/070905/mainardi.html
http://veja.abril.com.br/140905/mainardi.html
http://veja.abril.com.br/140606/mainardi.html
http://veja.abril.com.br/080206/mainardi.html
http://veja.abril.com.br/060208/mainardi.shtml
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/200208/mainardi.shtml
quarta-feira, 9 de julho de 2008
O Grande Irmão está chegando
Pior, caminhamos rumo à falta de informações institucionais típica de países totalitários. Só vale o "pensamento único" dos dirigentes do país. Já se tentou controlar a imprensa, depois as tentativas se dirigiram ao controle do cinema e do conteúdo aplicado nas escolas, que culminou com a criação das aulas de Sociologia para os adolescentes no segundo grau. O governo não desiste e a população não percebe isto.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Lei totalitária
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Final de Wimbledon
Este deve ser um dos mais esperados jogos de todos os tempos. Federer era imbatível neste tipo de piso, mas Rafael Nadal evoluiu muito na grama e deve dar muita dor de cabeça ao suíço, seu freguês histórico. Um jogo imperdível.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Dia difícil
O melhor é parar de divagar e trabalhar...
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Exageros da lei seca
Lei seca: exageros, equívocos e abusos
LUIZ FLÁVIO GOMES
A TRAGÉDIA gerada no Brasil pelos acidentes de trânsito está devidamente quantificada: cerca de 35 mil mortes por ano, 400 mil feridos, 1,5 milhão de acidentes e R$ 22 bilhões por ano só para cobrir gastos com desastres em estradas federais. Política de tolerância zero: eis a bandeira da lei 11.705/08, marcada por exageros, equívocos e abusos.
Primeiro, a quantidade ínfima de álcool no sangue deve ser desconsiderada. Uma pessoa chegou a ser flagrada após ter ingerido dois bombons com licor. É um exagero. Por mais que se queira evitar tantas mortes no trânsito, não pode nunca a administração pública atuar sem razoabilidade. Quem usa um anti-séptico bucal não pode sofrer nenhum tipo de sanção. A infração administrativa do artigo 165 exige estar sob influência do álcool ou outra substância psicoativa. Nem toda quantidade de álcool no sangue é suficiente para configurar a infração administrativa do artigo 165.
O parágrafo único do novo artigo 276 diz: "Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de tolerância para casos específicos". Nesse caso, o sujeito deve ser liberado e o carro também. Não se aplica multa e não se fala em prisão. Não é necessário que uma terceira pessoa venha a conduzir o veículo.
Outro grave equívoco a ser evitado consiste em prender em flagrante o sujeito sempre que esteja dirigindo com seis decigramas ou mais de álcool por litro de sangue -o equivalente a dois copos de cerveja. A existência do crime do artigo 306 pressupõe não só o estar bêbado mas também o dirigir anormalmente, ou seja, a soma de condutor anormal (bêbado) e condução anormal (que coloca em risco concreto a segurança viária).
Não há crime sem condução anormal. Não se pode nunca confundir a infração administrativa com a penal -aquela pode ter por fundamento o perigo abstrato; esta, jamais. O direito penal atual é dotado de uma série de garantias, como a ofensividade, que consiste em exigir, em todo crime, uma ofensa concreta ao bem jurídico protegido. Constitui grave equívoco interpretar a lei seca "secamente". A prisão em flagrante de quem dirige normalmente é um abuso patente, que deve ser corrigido pelos juízes.
Em síntese, quem está bêbado (com qualquer quantidade de álcool no sangue), mas não chega a perturbar a segurança, não está cometendo crime. Logo, não pode ser preso em flagrante. O agente, nesse caso, sofre as conseqüências administrativas do artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), como multa e suspensão da habilitação, mas não pode ser preso em flagrante, não há que falar em fiança etc. Claro que o carro fica apreendido até que um terceiro, sóbrio, o conduza. Mas nem sequer é o caso de ir à Delegacia de Polícia.
A prova da embriaguez se faz por meio de exame de sangue ou bafômetro ou exame clínico. A premissa básica é a seguinte: ninguém está obrigado a fazer prova contra si mesmo. O sujeito não está obrigado a ceder seu corpo ou parte dele para fazer prova, ou seja, não está obrigado a ceder sangue ou a soprar o bafômetro. Havendo recusa, resta o exame clínico, feito em geral nos Institutos Médico Legais.
O motorista surpreendido, como se vê, pode recusar o exame de sangue e o bafômetro. Porém, não pode recusar o exame clínico. E se houver recusa desse exame? Alguns delegados falam de prisão em flagrante por desobediência. Isso é equivocado. Não é isso o que diz o novo parágrafo 3º do artigo 277 do CTB. O correto não é falar em desobediência, mas nas sanções administrativas do artigo 165, e somente quando houver recusa ao exame clínico. A recusa do exame de sangue e do bafômetro não pode sujeitar o motorista a nenhuma sanção, porque ele conta com o direito constitucional de não se auto-incriminar.
Além disso, a fiscalização intensa nos últimos dias comprovou que ela é que é fundamental na prevenção de acidentes. É um equívoco imaginar que leis mais duras são suficientes. A fiscalização é que é decisiva, ao lado da educação, conscientização, engenharia e punição.
O legislador adotou a política da tolerância zero, mas ainda há graves falhas na legislação brasileira, que não conta, por exemplo, com o delito de condução homicida, que consiste em dirigir veículo com temeridade manifesta e total menosprezo à vida alheia.
Há muito ainda que fazer para aprimorar a legislação brasileira. Temos que declarar "guerra" contra as 35 mil mortes por ano no trânsito. Porém, tudo tem que ser feito sem exageros nem abusos. Não queremos viver perigosamente nas ruas e estradas brasileiras, mas também não estamos dispostos a suportar os excessos do poder público, que só pode atuar legitimamente dentro da razoabilidade.
terça-feira, 1 de julho de 2008
Duelo Musical 3 - Cantaloupe Island
Discover Herbie Hancock!
Discover Us3!
segunda-feira, 30 de junho de 2008
The Happening
"You feel like you're not watching the end of the world but the end of a career."
Guimarães Rosa, 100 anos
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Ah, a crítica
Depois dizem que eu é que bebo. Queria que esse crítico soprasse no bafômetro.
Nova acusação
Nem lá !
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Teste do bombom com licôr
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Remédio certo, dose errada
Em outros países
País - Tolerância (g/l)
EUA - 0,8 (cada estado pode ter valores diferentes)
Canadá - 0,8
Japão - 0,15
México - 0,8
Austrália - 0,5
Argentina - 0,5
Arábia Saudita - zero
Emirados Árabes - zero
Malásia - zero
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Uma molécula de bom senso, por favor
Espero que o debate sobre o assunto aumente e possamos saber quanto tempo levamos para eliminar todas as moléculas de álcool de um chope ou lata de cerveja tomados no dia anterior. Ou estaremos proibidos de tomar nossa latinha no sofá de casa ?
quinta-feira, 19 de junho de 2008
A Era Dunga
Aliás, quando é que o Brasil irá marcar o próximo gol na competição ?
Duelo Musical 1 - I Will Survive
Começaremos com a má afamada "I Will Survive" da Gloria Gaynor, em duas versões menos "coloridas", uma da banda Cake e outra das Puppini Sisters. Qual você prefere, caro leitor ?
Discover CAKE!
Discover The Puppini Sisters!
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Globo e o futebol
Minha sorte é ter a Sportv. E minha vontade é que a Globo afunde no Ibope...
terça-feira, 17 de junho de 2008
Campinas, o túmulo do cinema
Mas ontem fui com minha esposa no cinema e senti o poder inovador da sociedade campineira. Havia um cara tirando fotos (com flash!) dos seus amigos depois de iniciado o filme. E alguém levou o filho de 2 anos para assistir (e comentar, claro) um filme com cenas de suicídio em massa, com corpos sendo despedaçados por leões famintos e cortadores de grama.
Não há um lugar para o cinema assim no mundo...
sexta-feira, 13 de junho de 2008
O efeito Gattaca
Comento isso devido ao texto do Thiago Ney na Folha do dia 13 de junho. Ele critica o CD de um cara que eu nunca havia ouvido falar: Sam Sparro. Só que as músicas do cara são boas. Estou ouvindo agora, enquanto escrevo esse post. Outro dia, outro crítico da Folha chamado Leandro Fortino detonou o disco mais recente dos Beastie Boys, que também achei bem interessante.
A mensagem é a seguinte, caro(a) leitor(a): veja você mesmo as coisas e as avalie do seu jeito. Você vai evitar muitos desgostos. O crítico pode lhe dar uma sugestão, mas não o leve muito a sério.
OBS: É claro que, quando as críticas negativas são muitas, há algo errado no reino da Dinamarca.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Retrato Brasileiro
terça-feira, 10 de junho de 2008
Filosofia e sociologia. De novo ?
Vou repetir o tema do post anterior. Depois das tentativas de controlar a imprensa e o cinema, o governo parece que deu um passo adiante na sua cruzada contra o livre arbítrio. O texto de hoje do Nélson Ascher na Folha de São Paulo é perfeito:
Doutrinação Barata - Nélson Ascher
DISCUTÍAMOS DOSTOIÉVSKI . Ocorreu-me mencionar um personagem aparentemente secundário, mas de fato importante, de "Crime e Castigo" cuja trajetória no romance me parecia uma de suas melhores criações ficcionais. Lembrava seu papel, como aparecera na trama, o que fizera, que fim levara. Só que, na hora de dizer-lhe o nome, ele não me vinha à mente. Por nada neste mundo. Ninguém mais o recordava e, para piorar a situação, estávamos todos passando férias (pela última vez na minha vida, juro) num lugar remoto, sem bibliotecas nem telefones.
Forcei a memória, arrolando nomes em ordem alfabética. Nada. Evoquei na imaginação cada episódio relevante do romance e até cenas de um filme russo sobre ele cujos atores tinham os mais adequados "physiques du rôle" possíveis (o sujeito era um russo maciço, corpulento sem ser gordo, de meia-idade e da alta classe média), igualmente sem resultado.
Reconstruí na cabeça os lugares e horas em que li o livro, o que havia ao redor, como me sentia, o que conversei com amigos a respeito. Ainda assim, demorou dois dias para que, de súbito, seu nome me viesse como que por milagre: Svidrigailov.
Li "Crime e Castigo" no verão entre o fim do segundo colegial (segundo ano do segundo grau) e o começo do terceiro. É claro que o escritor russo me marcou profundamente e guardo recordações vívidas de seus livros bem como dos contextos de minhas leituras. Essa era, no entanto, uma época na qual minha memória funcionava bem e as lembranças que ficaram estendem-se não apenas a outras obras, como também a outras áreas.
Eu cursava então um dos melhores colégios de São Paulo. O ano seguinte era o do vestibular e pelo menos metade de minha classe entrou numa das três melhores escolas de medicina, enquanto os demais ingressaram em bons cursos de odontologia, biologia, administração etc. Se isso não depõe necessariamente a favor de nossa inteligência, decerto prova que a escola sabia maximizar nossa capacidade de memorizar as informações necessárias para atingirmos as metas propostas.
Mesmo assim, do grosso do que aprendi lá, não resta nenhum vestígio em meus neurônios. E me refiro não a disciplinas vagas, dependentes de interpretação, mas às rigorosas e/ou factuais: trigonometria e geometria analítica, ótica e química orgânica.
O que aconteceu? Meu cérebro deve tê-las guardado num arquivo provisório. Tão logo sua utilidade terminou, os arquivos, ao contrário daquele que continha "Crime e Castigo" (se bem que com a falha, que tive de reparar, no caso Svidrigailov), foram "deletados".
Por sorte não estudávamos literatura estrangeira, senão Dostoiévski teria provavelmente tido o mesmo destino. Caso tivéssemos, como se tornou há pouco obrigatório para o ensino médio, cursos de filosofia e sociologia, o que sucederia com suas lições?
Cada qual de nós preserva em si aquilo que o atrai, emociona, interessa. Professores e pais podem nos obrigar a decorarmos tais ou quais informações por razões pragmáticas. Estas, porém, literalmente não "colam", ou seja, não se aderem a nada no interior de nossa consciência ou do nosso subconsciente (se é que isso existe). Respostas que antecedam as perguntas são piores que inúteis, pois elas acabam ocupando um lugar que, tornado ermo, não enseja mais que brotem naturalmente certas indagações.
Para que, num país que mal ensina (e ensina mal) coisas fundamentais como matemática, escrita e leitura, acrescentar essa sobrecarga que, além de inútil e irrelevante, nem as escolas privadas e muito menos as públicas terão condições de ensinar decentemente? Onde é que vão se recrutar bons professores de filosofia e sociologia?
Naturalmente essas disciplinas não serão minimamente bem ensinadas e todo mundo sabe disso. Não há quadros, não há tempo, não há verbas e, sobretudo, não há nem haverá interesse algum por parte das vítimas potenciais, os alunos.
A resposta se torna evidente quando ouvimos autoridades e os interessados confessando, sem querer, seu objetivo real. Eles falam em encorajar a visão ou pensamento crítico. Essa expressão nojenta oculta, ou melhor, revela o ápice da arrogância: nossa maneira de pensar, que chamamos mentirosamente de "crítica", é a certa, a única certa.
Como hoje controlamos a lei, nós a usaremos para impor nossos dogmas aos adolescentes, impedindo-os de pensarem por conta própria. Para que perder tempo com tentativa e erro se já temos todas as respostas? Enfim, sociologia e filosofia no ensino médio são apenas eufemismos. Seu nome verdadeiro é doutrinação barata.